2.2.11
Egipto, Obama, etc., etc. por JOANA LOPES
Egipto, Obama, etc., etc. por JOANA LOPES
Blog ENTRE AS BRUMAS DA MEMÓRIA, AQUI
Antes de mais que fique bem claro que estou muito longe de ser anti-americana e que fui dos que se entusiasmaram com a eleição de Obama. Mas não consegui ouvi-lo, ontem à noite, sem um enorme recuo em relação ao que estava a ser dito.
Independentemente dos acontecimentos que motivaram a sua intervenção – o Egipto -, e mesmo do conteúdo da mesma, aceita-se como normal que o presidente dos EUA apareça, se não como o dono do mundo pelo menos como o seu mentor universal, o pai paternalista que procura ditar o curso da História para o dia seguinte. Não sou ingénua, sei que é assim mesmo, não ignoro tudo o que está em jogo, mas não me parece normal.
Bem pode Obama dizer que serão os egípcios a decidir o seu futuro que não resiste a tomar logo de seguida as rédeas na mão, não escondendo que falou com Mubarak depois da última intervenção deste e antes de se dirigir «ao mundo», e terminando a dizer aos jovens da Praça Tahrir «We hear you»… (Vale a pena ouvir, ou voltar a ouvir a esta luz, o discurso de ontem à noite.)
O que me ocorre imediatamente é perguntar se este fenómeno perdurará ou se, daqui a uns tantos (poucos? muitos?) anos, estaremos condenados à tradução simultânea de um discurso em mandarim, feito por um próximo sucessor de Hu Jintao.
Por outras palavras e era aqui que eu queria chegar: alguém ouviu falar da ONU nas últimas semanas?
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