TUCA PUC 1977
EU QUASE QUE NADA SEI. MAS DESCONFIO DE MUITA COISA. GUIMARÃES ROSA.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Politica na cidade

Foto de Elliott Erwitt, França, década de 40
DA MARY. Não dá para passar batido.
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Eu não queria mais falar de política tão cedo. Porque estou tão desolée etc. Mas as pesquisas de intenção de voto nas capitais acabam me deixando no chão. Principalmente a pesquisa do Rio de Janeiro. Eu costumava conversar com a Angélica sobre isso. Sobre como a esquerda não conseguiu mesmo se apresentar como uma alternativa na cidade*. E a gente falava sobre aqueles rachas célebres do PT carioca. Na época de Vladimir Palmeira. Idos. Mas que ajudavam a explicar. O que me causa impressão, entretanto, esse ano, é o pífio desempenho do Gabeira. Que virou arauto nacional da moralidade. Uma pessoa que a gente sabe que é 100% caráter e tal. Daí eu andei relendo o Visconde Partido ao Meio. Porque ando eu. Partida ao meio. Li por causa de auto-ajuda mesmo. E eu só via na metade boa, o Gabeira. E um pouco da Soninha também. Esse livro do Calvino é sobre isso aí. Um visconde que se parte ao meio. E metade é toda maldade. E metade é toda bondade. E a metade maldade assusta. E a metade bondade dá no saco de qualquer cristão. É um dos melhores livros do mundo blábláblá. Coisa que sempre acontece quando signore Ítalo pega uma caneta. Daí que a gente, quando lê o livro num momento desses, fica vendo. O PT partido ao meio. E o problema é que a metade boa do PT (Gabeiras, Soninhas e Heloísas) é totalmente desconectada da complexidade dos problemas sociais. Esse papo de ciclovia**, por exemplo. É um pouco ridículo. Tem que ter ido em São Paulo pra saber que não resolve assim la questã. Eu lembro do meu professor de história do cursinho do Intergraus. Dizendo que São Paulo foi construída numa região de várzea**. Então que as enchentes não tinham solução. E qualquer um que dissesse que tinha, tava mentindo. Foi interessante pra mim, na época. Porque eu tava morando na tal da capital e havia uma campanha made in Erundina. Dizendo que a culpa das enchentes era da gente. Que jogava lixo e entupia bueiro. E isso pra mim é ciclovia, sabe? Porque é óbvio que a população tem que parar de entupir bueiro. Mas reduzir a questão a isso, hein? É desconhecer a estrutura das cidades. Que precisa ué. De engenheiros e coisas menos simpáticas etc. Mas não é isso que eu queria dizer. O que eu queria dizer é que o carioca, acho, não confia no Gabeira. Embora saiba a boa pessoa que ele é. O protestante do livro do Calvino, fica gritando, sem parar. Peste e carestia. Pra lembrar as pessoas quão graves são os problemas e fazê-las trabalhar além do limite e sorrirem pouco, porque o mundo não é brinquedo. Daí no Rio, parece isso. O Gabeira fazendo o Bom e Crivella gritando. Peste e carestia.
*Beijo, Brizola, saudade.
**E pode ser uma caricatura minha, isso. Sei que toda vez que eu vejo a fuça do Gabeira e da Soninha já penso logo em bicicleta.
***Eu sempre cito esse exemplo aqui, eu sei. Mas é que realmente foi marcante pra mim. Porque eu tava na época de FUVEST. E então tava juntando todo o conhecimento que eu tinha na vida. E eu morava perto da marginal Pinheiros. E eu sabia que o Egito é um dom do Nilo. E eu nunca tinha feito a associação. Mesmo passando diariamente na marginal. Eu não tinha conseguido pensar sozinha isso. E eu digo que as coisas que esse professor falou me fez perceber o tal lance. Que informação não é conhecimento.
Oh, sim. Da parte que me toca eu gostaria de ver o remendo do PT. As duas partes sendo atadas etc. E vai encher o meu saco. O processo de hillaryzação que deve vir pra cima da Marta. Principalmente da parte da Soninha. Tipo a Marta como a parte má. Enche o saco. Partidos ao meio e orgulhosos disso. Enche mesmo.

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