Rei da Espanha para Chávez:‘Por que não te calas?’
Por Josias de Souza
Por Josias de Souza
Foi animada a sessão de encerramento da 17ª Cúpula Ibero-Americana, no Chile. Hugo Chávez topou com duas vozes dispostas a reagir às suas diatribes. O presidente venezuelano repetiu neste sábado uma ofensa que já havia proferido na véspera. Chamou de “fascista” o ex-primeiro-ministro da espanhol José María Aznar.
Adversário de Aznar desde a época em que, ainda no poder, o líder espanhol decidira enviar tropas ao Iraque, junto com EUA e Grã-Bretanha, Chávez esmerou-se na indelicadeza. Contou que, em diálogo privado que mantivera com Aznar, mencionara a necessidade de apoiar as nações pobres do mundo. “Esses se foderam”, teria ouvido como resposta.
Atual primeiro-ministro da Espanha, José Luiz Zapatero não se conteve. Exigiu respeito. “Pode-se estar em lados opostos de uma posição ideológica”, disse Zapatero a Chávez. “E não serei eu a estar próximo das idéias de Aznar, mas ele foi eleito pelos espanhóis e exijo respeito”.
Embora o microfone de Chávez estivesse mudo, ele tentou atalhar a admoestação de Zapatero. Algo que irritou o rei da Espanha, Juan Carlos. “Por que não te calas?”, perguntou o monarca a Chávez. Há um vídeo disponível aqui. Contrafeita, a anfitrião Michelle Bachelet passou a palavra ao presidente da Nicarágua, Daniel Ortega.
Ortega ofereceu a Chávez a oportunidade de usar parte de seu tempo para responder os espanhóis. E ele: Com a verdade não ofendo nem temo. O governo da Venezuela se reserva o direito de responder a qualquer agressão.” Em seguida, o próprio Ortega pôs-se a alfinetar a delegação espanhola.
Criticou acerbamente a empresa espanhola Unión Fenosa, que opera no mercado de energia da Nicarágua. Disse que, hoje, não permitiria o seu ingresso no país. De resto, apoiou os ataques de Chávez a Aznar, criticando-o pela aliança que fez com os EUA. E defendeu o direito de Chávez de expressar-se livremente em relação ao ex-primeiro-ministro da Espanha, que “fez e continua fazendo campanha contra a Venezuela.”
Juan Carlos retirou-se do plenário, irritado. Só voltaria mais tarde, para a solenidade de encerramento. Privou-se de ouvir as últimas palavras de Ortega. Olhando fixamente para Zapatero, o presidente da Nicarágua espetou: “Se nós temos que vos respeitar, vocês têm de se dar ao respeito.”
As ofensas, quando proferidas sem resposta, são como escrituras na areia. Respondidas, ganham a consistência da inscrição no mármore. Chávez tem todo o direito de achar o que bem entender sobre quem quer que seja. Porém, ao despejar no ambiente austero de uma cúpula internacional o seu lero-lero de botequim, acabou voltando para a casa com o seu pedaço de mármore. À margem do rififi, os países que participaram do encontro do Chile firmaram um acordo.
Adversário de Aznar desde a época em que, ainda no poder, o líder espanhol decidira enviar tropas ao Iraque, junto com EUA e Grã-Bretanha, Chávez esmerou-se na indelicadeza. Contou que, em diálogo privado que mantivera com Aznar, mencionara a necessidade de apoiar as nações pobres do mundo. “Esses se foderam”, teria ouvido como resposta.
Atual primeiro-ministro da Espanha, José Luiz Zapatero não se conteve. Exigiu respeito. “Pode-se estar em lados opostos de uma posição ideológica”, disse Zapatero a Chávez. “E não serei eu a estar próximo das idéias de Aznar, mas ele foi eleito pelos espanhóis e exijo respeito”.
Embora o microfone de Chávez estivesse mudo, ele tentou atalhar a admoestação de Zapatero. Algo que irritou o rei da Espanha, Juan Carlos. “Por que não te calas?”, perguntou o monarca a Chávez. Há um vídeo disponível aqui. Contrafeita, a anfitrião Michelle Bachelet passou a palavra ao presidente da Nicarágua, Daniel Ortega.
Ortega ofereceu a Chávez a oportunidade de usar parte de seu tempo para responder os espanhóis. E ele: Com a verdade não ofendo nem temo. O governo da Venezuela se reserva o direito de responder a qualquer agressão.” Em seguida, o próprio Ortega pôs-se a alfinetar a delegação espanhola.
Criticou acerbamente a empresa espanhola Unión Fenosa, que opera no mercado de energia da Nicarágua. Disse que, hoje, não permitiria o seu ingresso no país. De resto, apoiou os ataques de Chávez a Aznar, criticando-o pela aliança que fez com os EUA. E defendeu o direito de Chávez de expressar-se livremente em relação ao ex-primeiro-ministro da Espanha, que “fez e continua fazendo campanha contra a Venezuela.”
Juan Carlos retirou-se do plenário, irritado. Só voltaria mais tarde, para a solenidade de encerramento. Privou-se de ouvir as últimas palavras de Ortega. Olhando fixamente para Zapatero, o presidente da Nicarágua espetou: “Se nós temos que vos respeitar, vocês têm de se dar ao respeito.”
As ofensas, quando proferidas sem resposta, são como escrituras na areia. Respondidas, ganham a consistência da inscrição no mármore. Chávez tem todo o direito de achar o que bem entender sobre quem quer que seja. Porém, ao despejar no ambiente austero de uma cúpula internacional o seu lero-lero de botequim, acabou voltando para a casa com o seu pedaço de mármore. À margem do rififi, os países que participaram do encontro do Chile firmaram um acordo.
2 comentários:
Chávez foi Chávez, mas Juan Carlos não foi Rei, de jeito nenhum. Penso que a atitude raiou a prepotência... nos dias de hoje nem um filho se manda calar deste modo.
(cheguei aqui pela mão do Santos Passos e sinceramente que gostei... os cartunes então... verdadeiras pérolas)
Neves, AJ
Obrigada Neves! Concordo com vc sobre o Rei...mas virou piada, não?
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