Do Blog de Orlando Tambosi, professor da Universidade Federal de Santa Catarina
As acusações contra o reitor da Unb, Timothy Mulholand, não me surpreendem (se é que algo ainda me surpreende no Grotão). Gastou mais de meio milhão de reais com móveis luxuosos para seu apartamento de cobertura, pouco condizentes com a grana curta das universidades federais (vídeo aqui e texto aqui).
Curiosamente, o reitor da Unb foi o primeiro a abraçar as políticas do governo para a educação superior, inclusive em relação a cotas. Mas, a bem da verdade, reconheça-se que a atual safra de reitores - em final de mandato, ufa! - sempre foi dócil aos desígnios do governo Lula. Já os chamei aqui de "magníficos pelegos" (ver I e II) por terem quebrado o decoro acadêmico ao assinar um manifesto de apoio à reeleição do Pequeno Timoneiro.
No primeiro post, afirmei: um manifesto, assinado por 46 reitores e vice-reitores, além de representantes de escolas técnicas e agrotécnicas, foi entregue a Lula num hotel de Brasília. O ato simboliza a partidarização de uma instituição destinada ao conhecimento, não às ideologias. (...) É um ato vergonhoso, sem igual na história da República. Esse tipo de submissão não ocorreu nem mesmo na ditadura. (...) Doravante, os reitores são magníficos pelegos.
No segundo post, reproduzi artigo de Carlos Henrique Brito Cruz, ex-reitor da Unicamp e presidente da Fapesp, em que ele diz, entre outras coisas:
Reitores de universidades e outros dirigentes de instituições federais publicaram um manifesto aderindo à candidatura Lula. Declaram satisfação com os últimos quatro anos, que querem ver continuados, e se referem a supostas ameaças trazidas pela candidatura de oposição, na já tristemente familiar tática de lançamento de suspeita adotada pela campanha da situação. O debate e o contraditório não apareceram no manifesto -de características maniqueístas e, por isso, simplificadoras. O contrário do que se esperaria de representantes da inteligência e do pensamento crítico brasileiro, que poderiam ter deflagrado um debate sobre a educação no Brasil. Os autores se referem à criação de dez universidades federais. Pode interessar ao eleitor saber que novas universidades foram três, e não dez, pois sete foram mudanças de denominação ou desmembramentos de instituições previamente existentes.
Bene, não me surpreende - repito - ver reitores acusados de gastos excessivos/inadequados justamente no momento em que mais um escândalo (o dos cartões) desaba sobre o governo predileto dos magníficos - predileção que não deve ter sido ocasionada, certamente, pelas barbas de Lula.
Magníficos pelegos, adeus. Vocês não deixarão saudade.
Magníficos pelegos, adeus. Vocês não deixarão saudade.
Um comentário:
Tai ai o motivo da pressa do Reitores da Federais em apoiar e aprovar este CRIME chamado Reuni. Eles estavam recebendo para isto, via estes cartoezinhos magicos!!!
Cervo™ $$$$$$$$$$$$$$ Servo™
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