TUCA PUC 1977
EU QUASE QUE NADA SEI. MAS DESCONFIO DE MUITA COISA. GUIMARÃES ROSA.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Há controvérsias, mas é bom pensar sobre...

Criatividade para resistir de Carla Rodrigues
No mundo globalizado, a resistência se dá como ação cultural, não mais como ação política. Essa é a idéia central do livro “Corpos indisciplinados”, cujo texto é uma versão condensada da tese de doutorado em cultura e informação de Lúcia Maciel Barbosa de Oliveira. Amplamente apoiado em autores como Antonio Negri, Gilles Deleuze e Felix Guatarri, o livro apresenta uma visão otimista sobre manifestações como as dos zapatistas mexicanos, as raves ilegais, as rádios-piratas, as performances do Greenpeace, o Dia de Ação Global e de grupos que a autora analisa para definir como tendo em comum o objetivo de criar “um antipoder que anule todas as formas de autoritarismo e ative a participação”.
Ao contrário do que acontecia com a ação política dos clássicos movimentos revolucionários — em que a meta era a tomada do poder —, o ponto de partida da análise de Lúcia é de que os grupos que propõem ações culturais pretendem valorizar o processo de atuação, que adquire as formas da vida contemporânea.
Fluído, em redes, nômade, usando a internet como instrumento, estas ações culturais crescem e ganham adeptos no vácuo do descrédito com as instituições tradicionais e com a estrutura de representação, ainda uma precondição para o exercício político.
A grande questão que atravessa o livro é saber se estes novos paradigmas de ação e resistência chegam a se constituir no que a autora chama de “novo projeto de democracia, em que a participação ativa dos sujeitos garantirá a ampliação da esfera pública”.
É também na formulação deste problema que aparece uma charada que a obra instiga o leitor a decifrar. A qualidade e a atualidade do trabalho de Lúcia são alentadoras, sobretudo num cenário acadêmico em que nem sempre a produção prima por essas duas marcas, ainda mais quando simultâneas. Num horizonte em que grande parte dos pesquisadores trabalha marcado por nostalgias de um passado ideal perdido, Lúcia tem a coragem de investigar fenômenos recentes — a maioria das ações culturais começou há uma década, nos anos finais do século passado — e de refletir a partir de uma precariedade que costuma ser recusada pela pesquisa tradicional.
Continua…
Publicado no Globo, caderno Prosa e Verso, sábado, 9 de fevereiro.

4 comentários:

Anônimo disse...

Doda Diz:

Oi Marta.

Olha só… surfando em alguns blogs de Maringá achei o seu. Ao ver o perfil e as fotos encontrei semelhanças com uma pessoa que conheço. Creio que seja quem eu estou pensando. Se for, sou o seu vizinho… hehehe

Meu blog: http://dodamandu.blogspot.com/

Anônimo disse...

Doda diz:

Sim... sou o vizinho da sua direita. Que tem a cachorrinha que todo dia sai pra brincar com o pretinho. Moro com meus pais.

Descobriu!

Anônimo disse...

Achei legal e é bom para pensar mesmo.

Carla Rodrigues disse...

Marta, achei incrível o seu link para o meu post, obrigada.

Braziu!

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