Do BLOG de Roberto Romano
Carlos Brickmann
"Rigoroso inquérito, severas punições", por Carlos Brickmann
Coluna de quarta-feira, 13 de fevereiro
Pronto, vem aí a CPI dos Cartões Corporativos, pronta para investigar o mundo, de Lula a Fernando Henrique, dos ministros de Lula aos ministros de Fernando Henrique (que, por coincidência, muitas vezes são os mesmos), do PSDB ao PT.
Teremos aqueles políticos de sempre gritando com as testemunhas, fazendo cara de conteúdo, desempenhando o papel de ferozes inquisidores.
E daí? Shakespeare, o genial dramaturgo britânico, deu a resposta com antecedência de quase 500 anos: “much ado for nothing”, muito barulho por nada. Ninguém espere que o líder do Governo Lula no Senado, Romero Jucá, seja implacável ao pesquisar o Governo Fernando Henrique, cujo líder no Senado era Romero Jucá.
Nem que um dos principais aliados de Fernando Henrique no Senado, José Sarney, seja duro ao investigar o Governo Lula, que tem em José Sarney um de seus principais aliados no Senado. Nem que Renan Calheiros, lulista desde criancinha, que evitou a perda de seu mandato graças ao apoio de Lula, queira investigar o ministro da Justiça de Fernando Henrique, Renan Calheiros. Nem que o senador César Borges, aliado do PT, esclareça suas declarações de 2004 sobre o “inescrupuloso uso" da máquina administrativa pelo PT.Mas haverá show, TV, rigoroso inquérito – que, como notou Luís Fernando Veríssimo, não é a mesma coisa que inquérito rigoroso, e sim o seu oposto – e severas punições.
Três faxineiros e quatro ascensoristas, ah, esses não escapam!
Os éticos
Os velhos donos do PT se aliaram a um grupo que queria derrubá-los para “refundar o partido”, e mantiveram o comando. Em seu primeiro comunicado, prometeram um Código de Ética. Começaram cedo: a primeira “atitude ética”, a traição à ministra do Turismo, Marta Suplicy, afastando seu grupo da direção nacional, de maneira a enfraquecê-la politicamente, já foi tomada.
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