TUCA PUC 1977
EU QUASE QUE NADA SEI. MAS DESCONFIO DE MUITA COISA. GUIMARÃES ROSA.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

SOS Brasiu!

Minotauro, Picasso

Nem toda sociologia, nem, talvez, a antropologia, explicam as atrocidades que a polícia e o exército cometem nas favelas do Rio de Janeiro (e São Paulo... e Porto Alegre e ...). O que dizer dos traficantes? Ontem a noite, ouvindo a entrevista, na TV Globo, com uma senhora que salvou um dos rapazes do Morro da Providência (providência?) fiquei chocada. Recorro à psicologia, portanto. O que faz com que soldados do exército prendam jovens, surrem e os entreguem aos traficantes de outro local? Paranóia? Sadismo? Ressentimento? Por puro dinheiro? Que prazer é este que mobiliza soldados ao ataque vil de cidadãos?
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Do Blog do Roberto Romano
MORTOS SEM SEPULTURA
Celso Lungaretti (*)
Reagindo de bate-pronto ao episódio chocante das torturas e assassinatos no morro da Providência, sem as fontes de informação de que a imprensa dispõe, ofereci um quadro incompleto no meu recente artigo Fora, Exército!, pelo que me desculpo com meus leitores. Faltou dizer que:
1) O Cimento Social é um projeto eleitoreiro do candidato do Planalto à prefeitura do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, criatura da Igreja Universal do Reino de Deus e companheiro de partido do vice-presidente José Alencar;
2) Daí a facilidade que encontrou para receber verbas da União, além da mão-de-obra gratuita do Exército Nacional (que, pela legislação vigente, jamais poderia ser disponibilizada para tal empreitada);
3) Como escreveu o senador José Sarney, o Exército não honrou suas tradições ao aceitar essa incumbência indigna, contrariamente ao que fazia no passado, quando se recusava a caçar escravos fugitivos por considerar que isso era tarefa de capitães-do-mato e não de militares;
4) Ingenuamente, pensei que o objetivo principal fosse vender à população a idéia de policiamento dos morros cariocas pelos militares. Subestimei o fato de a política brasileira ter se tornado um submundo... imundo! Os interesses determinantes foram bem mais rasteiros: ajudar a eleger um bom companheiro e encher os cofres das empreiteiras, para que estas retribuam abastecendo o caixa-2 da campanha eleitoral. O de sempre, enfim.
Não faltaram indivíduos indignos (até na imprensa!) para satanizarem as vítimas, omitindo que, à luz do Direito, eram totalmente inocentes, pois jamais haviam sido condenadas pela Justiça. Passagens pela polícia, por suspeitas não confirmadas, nada significam em termos legais nem podem ser utilizadas como argumento contra ninguém. O resto é preconceito e má fé.
O que houve foi somente isto: três cidadãos brasileiros, em pleno usufruto de seus direitos constitucionais, sofreram torturas atrozes e foram abatidos como cães, em função da sordidez dos poderosos e da omissão dos servis. Serão mortos sem sepultura, como tantos e tantos outros em nosso sofrido País, até que consigamos construir aqui uma democracia de verdade. A de hoje é um escárnio para os que arriscaram a vida, a integridade física e a sanidade mental em nome do restabelecimento do estado de Direito.
* Celso Lungaretti, 57 anos, é jornalista, escritor e ex-preso político. Mais artigos em http://celsolungaretti-orebate.blogspot.com/

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