TUCA PUC 1977
EU QUASE QUE NADA SEI. MAS DESCONFIO DE MUITA COISA. GUIMARÃES ROSA.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

A Mary do BLOG A FEMINISTA fez o post dessa entrevista. Interessante. Muitos perguntam porque a Ingrid Betancourt estava tão bem quando desceu do avião. Dizem até que ela mentia sobre seu estado de saúde. Como diz a Mary, muitos ex-querdinhas querem um modelito para o sofrimento. Até para isso. Não é mole, não!
VEJA AQUI
Psiquiatra analisando o stress da Ingrid e tals. (vou colar porque é só pra assinantes)
"Depois da euforia, Ingrid Betancourt entrará em uma fase de esgotamento" Laura Marzouk
Entrevista com Louis Jehel, psiquiatra responsável pelo Centro de Psicotraumatologia do Hospital Tenon em Paris. Ele também é presidente da Sociedade Francesa de Psicotraumatologia.
Le Monde - Por quais fases Ingrid Betancourt vai passar depois de sua libertação?
Louis Jehel - Para começar, é preciso ser extremamente prudente, pois nem todo mundo reage da mesma maneira. A primeira fase, a da libertação, é uma fase de remobilização pessoal psicológica e física. Ela se traduz por uma grande excitação, completamente legítima, que pode dar uma imagem um pouco eufórica, sendo ao mesmo tempo tranqüilizadora e positiva. Mas essa fase é muito dispendiosa no plano pessoal. Recomendamos muitas vezes às pessoas que vivem esse momento que se protejam e se contenham.
Depois dessa fase de intensidade emocional há um período de esgotamento, que ocorre freqüentemente nos dias seguintes. Pois o esforço emocional provoca uma carga física muito séria, ligada ao estresse intenso vivido durante as últimas horas.
LM - Como ela conseguiu resistir?
Jehel - Para começar, é uma pessoa que tem uma resistência excepcional e que tem recursos pessoais. O que teve um papel muito importante para ela foi o apoio e os recursos sociais externos que ela tinha e sabia que tinha. Durante seu cativeiro ela se apoiou nesse suporte extremamente precioso, pensando nas pessoas que se mobilizaram por ela. Esse elemento continuará sendo muito estimulante para Ingrid Betancourt: ela está no centro de uma rede extremamente valiosa, que será de grande ajuda para reduzir a intensidade do trauma sofrido.
LM - Ingrid Betancourt reencontra seus filhos e seu marido, que não via há seis anos...
Jehel - Com freqüência o ex-refém percebe uma defasagem entre o que ela sente e o que os outros pensam que ela sofre. A impressão de ser sobrevivente de alguma coisa extremamente perigosa pode se traduzir em dificuldade para encontrar um lugar na comunidade dos vivos fora dessa situação ameaçadora. No início a família pode ser muito presente, muito compreensiva, mas existe o risco de que o entorno próximo tenha dificuldade para manter esse lugar depois de alguns meses. Também há o risco da decepção que pode surgir da incompreensão dos que não viveram a ameaça de morte.
LM - Quais são os sintomas pós-traumáticos que podem aparecer em Ingrid Betancourt?
Jehel - Há dois tipos de sintomas. Primeiro, a síndrome de repetição, que se manifesta pela impressão de que a ameaça continua. Ela é acompanhada de um estado de hipervigilância que pôde ser extremamente útil durante o cativeiro. Mas existe o risco de que esse estado persista por vários meses, constituindo um freio para a retomada de uma vida normal. Isso pode se manifestar como sérios problemas do sono e da concentração.
A outra categoria são os sintomas de dissociação, isto é, estar um pouco defasado, desconectado da realidade cotidiana. Significa que nos afastamos do ambiente em que vivemos e do medo. É uma maneira de se adaptar a uma situação de ameaça elevada, mas quando a situação se prolonga além do acontecimento traumático torna-se prejudicial para a saúde. Esses sintomas se manifestam pela dificuldade de se reorganizar, de se readaptar e de se concentrar na nova realidade.

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