TUCA PUC 1977
EU QUASE QUE NADA SEI. MAS DESCONFIO DE MUITA COISA. GUIMARÃES ROSA.

sábado, 8 de novembro de 2008

Quem, eu?


Do Blog da Carla Rodrigues. Clique aqui para ver mais.

Coroa, eu?

A antropóloga Mirian Goldenberg está lançando dois livros “Coroas”, resultado de uma pesquisa sobre velhice com mulheres brasileiras e alemãs, e “Noites de insônia – cartas de uma antropóloga”, um desdobramento do primeiro, e sobretudo uma reflexão corajosa sobre o próprio trabalho.
Disposta a mudar a concepção negativa que as mulheres têm da velhice, Mirian passou três meses Alemanha e na Espanha. Foi lá que observou a diferença entre os significados da velhice em países europeus em relação ao das cariocas que pesquisava. Para as mulheres entre 50 e 60 anos, envelhecer está associado à maturidade, à realização profissional e ao sucesso. Na volta da viagem, ela aplicou mais de 600 questionários e fez seis grupos de discussão. O material mostra que as mulheres não valorizam os aspectos positivos do envelhecimento. “Para as mulheres, envelhecer tem um significado completamente diferente do que para os homens. São elas que se preocupam mais com corpo e com os relacionamentos conjugais na velhice”, diz Mirian.
O que mais a espantou foi ver que, no Brasil, as mulheres podem ser muito bem resolvidas, mas não são felizes se não tiverem um marido. “Um marido é encarado como um bem, um patrimônio valioso”, espanta-se Mirian, cujo livro é resultado do seu esforço de entender essa diferença tão grande entre um extremo poder objetivo e uma extrema sensação de miséria subjetiva.
São mulheres super-bem sucedidas profissionalmente, bonitas, que se sentem fracassadas por não ter um marido, que ainda é o principal capital social para elas e traz como conseqüência, segundo Mirian, o alto investimento no corpo. “Através do corpo a mulher imagina poder conseguir um marido”, diz, o que explicaria o que ela chama de mutilação com cirurgias plásticas completamente desnecessárias.
Mirian defende a idéia de que a mulher poderia investir em cultural, conhecimento, ou outros relacionamentos afetivos, como amizades, para alimentar um projeto de uma velhice melhor. Ela viu mulheres alemãs investirem em viagens, em leituras, em casas gostosas de viver. “Elas investem até nos momentos de solidão”, conta a antropóloga, que já passou dos 50 anos e decidiu escrever “Coroas” para transformar a própria velhice.

2 comentários:

Wilson Rezende disse...

Muito bom.

Anônimo disse...

Muito interessante este post!
Apenas nos dê uma colher de chá indicando as livrarias onde pode ser encontrada a literatura.
Pode ser?
SDS

Braziu!

Braziu!

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