
Como existe quem saiba – e eu até agora julgava consabido – «mais-valia» é o termo, ou o conceito, desenvolvido por Karl Marx para se referir à diferença entre o valor da mercadoria produzida e a soma do custo dos meios de produção e da força de trabalho que são necessários para a obter. Na sua aplicação se situa a origem do lucro, considerado injusto e parasitário pelo filósofo alemão, que constitui a mola real do sistema capitalista e a pedra basilar da explicação que dele ofereceu a economia marxista. Uma expressão que surpreendi este sábado num comentarista desportivo da SportTV que ostentava o epíteto de «professor» – ou por este título era respeitosamente tratado pelo repórter de serviço – é reveladora do modo como, após décadas de omnipresença, Marx, a par de outros pensadores fundamentais do mundo contemporâneo, está a desaparecer da formação universitária mais elementar. Entre largas dezenas de dislates, de palavras inadequadas e de erros do português básico que não vêm agora ao caso, referia-se o tal comentarista-professor a determinado jogador de futebol como representando para a sua actual equipa «uma mais-valia, passe a redundância».
Nenhum comentário:
Postar um comentário