Foto: estudantes da Universidade Estadual de Maringá
Com a palavra de ordem: NÃO ao corte de verbas da Educação! Por melhores condições de almoço, jantar, por mais salas, banheiros ... o MOVIMENTO DE OCUPAÇÃO MANUEL GUTIÉRREZ - da Universidade Estadual de Maringá, fechou a semana vitorioso. Mesmo com a brutalidade de um segurança, que diga-se de passagem - é uma pessoa prepotente no campus faz muito tempo, décadas, os estudantes seguraram a onda (ou ondas de assédio moral, estratégias como o desligamento da rádio universitária e depois ameaças) de modo calmo, sereno e ordeiro. A imprensa local chamou-os de baderneiros, cachaceiros MAS acrescento eu, vitoriosos! Hoje, depois da negociação com o reitor, os estudantes resolveram sair do território da administração. Foi uma festa. Um ritual no qual os estudantes, alguns funcionários e professores deram as mãos e cantaram. Ficamos mais de quatro horas nos abraçando. Abençoados aqueles que não perderam sua dignidade. Vitória. Vitória para os novos estudantes que virão. Vitória para a Universidade. Se não fossem os estudantes gritarem, a Universidade não teria conseguido resgatar os recursos cortados pelo governo paranaense. Sem a revolta dos estudantes, a administração estaria acomodada. É isto: a vida se faz fazendo. Vi alunos trazendo as mães para o movimento. Comerciantes locais, ao redor da Universidade, ajudaram os estudantes doando comida e água. Professores que deram aulas na sala do Conselho Universitário. Uma professora comprou comida para os alunos (e não fui eu). SOLIDARIEDADE. AMIZADE. DIGNIDADE. Primavera da Universidade. Política nova, alma nova, sangue novo em uma instituição que estava abandonando a política democrática. Nesses últimos dez anos não vi nada bonito como o movimento desses alunos. Cantei com eles hoje: “sou baderneiro, com muito gosto, com muito amor”. Baderna. Badernar. Badernei, ou seja, cantei, transgredimos na claridade, na honestidade, na cara limpa. Um viva os jovens estudantes da Universidade Estadual de Maringá! Nada foi quebrado, nem a ética, nem os móveis, nem as paredes. A quebra foi na política! Que venha uma nova política à Universidade! Democrática e transparente!
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P.S.
HOJE na UEM. Ficamos toda tarde e noite. Cheguei agora em casa. Um colega disse-me que fui criticada por uma colega professora (da administração): "a Marta queria aparecer". Eu não queria, não, EU APARECI. Por que? Não posso participar? O termidor do PC do B não quer? Não deixa? Os petistas e os seus colegas da direita se incomodam? Por quê? Porque atrapalha a gestação do futuro reitor? Notei gente preocupada. Certamente futuros candidatos que engendram sua política para reitor e não querem se queimar. O que me chamou a atenção foi saber que há mais de dez assessores na reitoria. Não sei se é verdade. Mas assessor para movimento estudantil ou coisa parecida, com função gratificada, para mim é demais. Depois de Termidor, os jetons. Esquerda, ex-querda que trabalha para a direita, mas só por dinheiro. A ideologia não muda. Minha avó portuguesa, a Benedita, tinha razão: dinheiro faz cócegas nas mãos de anjo!
Um VIVA aos estudantes!
Um comentário:
Marta
Parabéns, sim, aos estudantes, professores e técnicos que lá estiveram. Passei por lá, na quarta, mas não posso ainda me envolver. Ainda estou doente, não tive alta do médico. Em dezembro talvez precise fazer outra cirurgia, assim tenho que cuidar da pressão do meu olho, que não pode subir. Minha manifestação foi apenas com alguns servidores que estavam contra o pagamento de refeições aos alunos, por parte do Sinteemar. Disse que pela primeira vez vejo o sindicato acertar, pois é preciso ajudar sim, e sempre os estudantes que protestam e os trabalhadores que denunciam. Todos ganhamos com as pessoas de coragem. Ano que vem, as cobranças irão voltar e se não atendidas, temos (nós servidores técnicos) a obrigação de participar mais de perto de tudo isso. Tbém almoço e sempre almocei no RU. Temos que engrossar esse limpo e gostoso "caldo da democracia". Quanto a aparecer ou não, se mostrar ou não, é bom saberem que temos sim que nos exibir no nosso espaço, que sempre foi esse. E parabéns aos docentes que ajudaram nessa jornada.
ass. Ana Estela Codato Silva, bibliotecária, servidora técnica da UEM e ex-presidente do Sinteemar que vivenciou uma grande jornada de luta em greve de seis meses (2001-2002), contra o Governador Jaime Lerner, e com a ajuda de outros valorosos companheiros.
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