Abaixo, do Blog do Professor Roberto Romano, uma discussão sobre o privilégio de foro. Este privilégio é a dimensão mais PODRE da política brasileira. Com este privilégio o Braziu é governado por ladrões. Até Ali Babá se assustaria. Ele tinha 40 ladrões. Já nós....
Congresso em Foco. Por estas e outras, sou contra o privilégio de foro (2)
04/06/2009 - 06h56
STF oculta nome de parlamentares em processos
Ministros têm poder para proteger envolvidos em ações ou inquéritos sob sigilo de Justiça. Omisão também ocorre a pedido dos congressistas. Projeto na Câmara propõe fim do segredo
Daniela Lima
O acompanhamento da conduta dos representantes do povo brasileiro no Congresso Nacional tem um limite no Judiciário. A consulta pública aos procedimentos a que respondem os parlamentares no Supremo Tribunal Federal (STF) esbarra em termos como “sigiloso” ou “segredo de Justiça”. Ações penais e inquéritos que recebem essa classificação podem esconder, na consulta dos processos, o nome de autoridades acusadas de terem cometido ilegalidades.
Muitos leitores alertaram o Congresso em Foco para a ausência dos nomes de alguns parlamentares da lista de 150 processados no STF publicada ontem (leia a reportagem). A prerrogativa dos ministros do STF explica a omissão.
Muitos leitores alertaram o Congresso em Foco para a ausência dos nomes de alguns parlamentares da lista de 150 processados no STF publicada ontem (leia a reportagem). A prerrogativa dos ministros do STF explica a omissão.
O deputado José Otávio Germano (PP-RS) tem uma proposta para mudar essa situação. Germano (PP-RS) apresentou um projeto de lei que proíbe o segredo de justiça em inquéritos ou ações judiciais que envolvem vereadores, deputados estaduais ou distritais, deputados federais e senadores. A inspiração para a autoria do projeto surgiu da experiência. Envolvido em inquérito que corria em segredo de Justiça, o deputado diz que se viu impedido de dar explicações sobre o procedimento por conta do sigilo imposto pelo Judiciário. Antes de apresentar o projeto na Câmara, o parlamentar gaúcho tomou atitude que causou estranheza no STF: fez uma petição abrindo mão do segredo de Justiça. “Eu queria dizer que não estava envolvido nas investigações que originaram o inquérito, mas não podia, porque as pessoas não podiam ter acesso por conta do segredo de Justiça”, conta Germano. “Eu me vi desprotegido pelo sigilo”, afirma o parlamentar. Germano reconhece dificuldades para a aprovação da proposta no plenário. “Mas ela já foi aprovada pelo relator na Comissão de Constituição e Justiça e recebeu uma emenda do deputado Roberto Magalhães (DEM-PE) que amplia a proibição do uso do segredo de Justiça para o Executivo e o Judiciário”, ressalta.Nomes excluídos da consultaCabe ao ministro relator acolher ou não os pedidos de sigilo ou segredo de Justiça. Eles podem ser feitos pelo Ministério Público Federal (MPF), autor da maioria dos procedimentos contra os congressistas, ou pelos próprios parlamentares.
O MPF usa o mecanismo legal para resguardar investigações ou proteger vítimas. Os congressistas pedem a ocultação dos nomes, por exemplo, com alegações de prejuízo à imagem. O segredo de Justiça é geralmente solicitado quando há, nos autos do processo, informações fiscais, bancárias e telefônicas que precisam de resguardo. O sigilo, na teoria, é utilizado quando os termos do procedimento envolvem questões de segurança nacional ou de cunho funcional.
O MPF usa o mecanismo legal para resguardar investigações ou proteger vítimas. Os congressistas pedem a ocultação dos nomes, por exemplo, com alegações de prejuízo à imagem. O segredo de Justiça é geralmente solicitado quando há, nos autos do processo, informações fiscais, bancárias e telefônicas que precisam de resguardo. O sigilo, na teoria, é utilizado quando os termos do procedimento envolvem questões de segurança nacional ou de cunho funcional.
Existem vários níveis de sigilo: o relator do processo no STF pode manter apenas o nome dos autores, e omitir o dos acusados na consulta pública. Pode proibir que qualquer dado sobre o procedimento seja divulgado, ou permitir que haja acesso ao nome das partes, desde que o assunto não seja divulgado.Os ministros do STF, que autorizam ou não o sigilo, não precisam dar qualquer justificativa para isso. No caso dos processos que envolvem parlamentares, a omissão das partes acaba “blindando” as autoridades.Esconde-esconde
Um exemplo disso se deu na consulta processual do deputado Eliseu Padilha (PMDB-RS). Em levantamento exclusivo do Congresso em Foco o parlamentar apareceu, uma primeira vez, como investigado no Inquérito 2097, por crime contra a administração pública e corrupção passiva. Este procedimento corre em sigilo, e hoje, se for procurado pelo nome do parlamentar, não será encontrado.
Em compensação, outro inquérito, de número 2741, que apura supostas irregularidades na construção de pequenas hidrelétricas no Rio Grande do Sul, antes não disponível na busca processual, aparece na cota do parlamentar. Por causa disso, Padilha, que na realidade responde a dois inquéritos, acabou ficando com apenas um na lista publicada ontem pelo site. O Inquérito 2741 corre em segredo de Justiça.A assessoria de imprensa do STF, questionada pelo site, disse que iria apurar o caso dos inquéritos que aparecem e desaparecem da consulta processual com a área de informática da corte.
Um exemplo disso se deu na consulta processual do deputado Eliseu Padilha (PMDB-RS). Em levantamento exclusivo do Congresso em Foco o parlamentar apareceu, uma primeira vez, como investigado no Inquérito 2097, por crime contra a administração pública e corrupção passiva. Este procedimento corre em sigilo, e hoje, se for procurado pelo nome do parlamentar, não será encontrado.
Em compensação, outro inquérito, de número 2741, que apura supostas irregularidades na construção de pequenas hidrelétricas no Rio Grande do Sul, antes não disponível na busca processual, aparece na cota do parlamentar. Por causa disso, Padilha, que na realidade responde a dois inquéritos, acabou ficando com apenas um na lista publicada ontem pelo site. O Inquérito 2741 corre em segredo de Justiça.A assessoria de imprensa do STF, questionada pelo site, disse que iria apurar o caso dos inquéritos que aparecem e desaparecem da consulta processual com a área de informática da corte.
Outro deputado que deixou de ter o nome fora de levantamentos de processos é Sandro Mabel (PR-GO). Em consulta no site do STF ontem, apenas uma petição era encontrada na busca pelo nome do parlamentar. Mabel responde à Ação Penal 352 (sigilosa), por crime contra a ordem tributária, e ao Inquérito 2291, pelo mesmo delito. Esse corre em segredo de Justiça.Na semana que antecedeu a publicação do levantamento dos processos que correm contra os parlamentares no STF, Padilha e Mabel não enviaram comentários, retificações ou justificativas sobre os procedimentos listados pelo Congresso em Foco. Assim como os demais congressistas citados na reportagem, ambos foram procurados desde a quarta-feira da semana passada. Dos 318 procedimentos encontrados pelo site no Supremo contra parlamentares, 45 estão em segredo de Justiça e outros três correm em sigilo.
Congresso em Foco. Por estas e outras, sou contra o privilégio de foro (1)
Reportagens Especiais
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03/06/2009 - 06h27
Exclusivo: 150 parlamentares têm processo no STF
Deputados e senadores respondem a 318 inquéritos ou ações penais. Em 100 casos, Supremo encontrou elementos para transformar 52 parlamentares em réus. Denúncias incluem malversação de dinheiro público, corrupção e, até, estupro
Processos contra parlamentares vão de desvio de dinheiro público e corrupção a estupro
Daniela Lima e Renata Camargo
O Supremo Tribunal Federal (STF) abriu 38 processos contra deputados e senadores nos últimos 12 meses. Desde junho do ano passado, o número de inquéritos e ações penais envolvendo parlamentares saltou de 281 para 318, um aumento de 11%.Atualmente 150 congressistas têm pendência na mais alta corte do país, quase um quarto do Congresso Nacional. No ano passado, eram 143. Hoje, 52 são réus em 100 ações penais.
Nesses casos, o Supremo aceitou as denúncias feitas pelo Ministério Público Federal ou terceiros por entender que há elementos da participação de deputados e senadores em práticas criminosas. As ações penais são desdobramentos dos inquéritos e preocupam mais os parlamentares, pois são elas que podem levar os réus à condenação.
Os dados são resultado de levantamento exclusivo do Congresso em Foco. Na lista dos atuais processados estão 129 deputados e 21 senadores. As acusações atingem indistintamente partidos da base aliada e da oposição. O leque das denúncias também é variado: malversação de dinheiro público, crimes eleitorais e contra a ordem tributária, corrupção, formação de quadrilha e, até, estupro.
Confira a relação dos parlamentares processados
Veja a lista dos congressistas que são réus
O que dizem os deputados e senadoresInquéritos e ações penaisNa cota da Câmara, aparecem 188 inquéritos e 92 ações penais. Na do Senado, 30 inquéritos e oito ações penais. Os parlamentares federais têm direito a foro privilegiado. Assim como os ministros e o presidente da República, só podem ser julgados pelo Supremo nas áreas administrativa e criminal. Apesar do volume de investigações, o STF nunca condenou um congressista.
O levantamento foi realizado a partir de informações divulgadas no site do Supremo até o último dia 22. De lá pra cá, o STF autuou outros dois inquéritos envolvendo parlamentar, incluídos às 16h03 na relação divulgada esta manhã pelo site. A pesquisa é feita pelo nome do parlamentar. Na consulta, no entanto, nem sempre é possível saber todos os processos ao qual o denunciado responde, pois os deputados e senadores podem solicitar que o nome seja retirado da consulta pública do processo. Além disso, procedimentos que correm em sigilo só podem ser localizados pelo número.
Os mais processados
Na Câmara, apenas nove parlamentares respondem por 80 procedimentos dos 281 que pesam sobre todos os deputados que exercem ou exerceram mandato nesta legislatura. A lista dos que respondem a mais de cinco procedimentos é encabeçada pelo deputado Neudo Campos (PP-RR), que acumula 21 acusações – sendo 11 ações penais e dez inquéritos.
Veja a relação dos mais processados
Neudo Campos já foi apontado no levantamento anterior deste site, em junho do ano passado, como o parlamentar mais processado do Congresso e manteve o título em 2009. Até o fechamento desta edição o parlamentar não havia enviado esclarecimentos sobre as ações a que responde na Justiça.
Em segundo lugar na lista dos mais processados está o deputado Abelardo Camarinha, com 13 procedimentos. O deputado disse que as ações que correm contra ele foram movidas por adversários políticos no período em que foi prefeito de Marília (SP). “São coisas normais dentro de 14 anos que fiquei na prefeitura”.
No terceiro lugar estão empatados com oito procedimentos cada os deputados Jackson Barreto (PMDB-SE) e Jader Barbalho (PMDB-PA). Das oito ações penais de Jackson, cinco são por crime de desvio de dinheiro público (peculato). Jader Barbalho, por sua vez, é réu por crimes como estelionato, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e contra o sistema financeiro nacional. Nenhum dos dois enviou esclarecimentos ao site até o fechamento desta edição. Assim como todos os parlamentares citados nessa reportagem, eles foram procurados desde a quarta-feira da semana passada (veja quem respondeu).
No Senado, Valdir Raup (PMDB-RO) é quem concentra o maior número de procedimentos entre os parlamentares processados. Ele responde no STF a duas ações penais e dois inquéritos. Entre as acusações estão crimes de desvio de dinheiro público (peculato) e contra o sistema financeiro nacional.
Outros quatro senadores respondem a três procedimentos cada. São eles: Jayme Campos (DEM- MT), João Ribeiro (PR-TO), Marconi Perillo (PSDB-GO) e Wellington Salgado (PMDB-MG). Desses, apenas o senador Jayme Campos enviou esclarecimentos até o fechamento da reportagem. Segundo ele, seus procedimentos são fruto de “injustiças, preconceitos e falhas processuais”. “Nos casos em que meu nome se vê inserido em investigações judiciais, devo esclarecer que não passam de falhas processuais ou de precipitação política na apreciação de tais processos”, sustentou.
Entra e sai
Na lista de processados também figuram nomes de parlamentares que, mesmo tendo processos arquivados no último ano, continuam na lista dos investigados pela Justiça. É o caso do deputado Gervásio Silva (PSDB-SC), que no último ano respondia a inquérito que apurava homicídio culposo em acidente de trânsito e teve o procedimento arquivado.
No entanto, no último dia 15 de maio, o pleno do STF acolheu denúncia referente a outro inquérito, no qual o parlamentar é acusado de estupro. A investigação foi reautuada como ação penal, ainda sem número. “Estou com a consciência tranquila. Sei que sou inocente. Isso foi uma tremenda armação. Quero provar minha inocência o mais rápido possível, porque essa é a acusação mais grave que um homem pode sofrer", afirmou o parlamentar ao Congresso em Foco.
Prefeitos
Em comparação com o levantamento feito em junho do ano passado, 26 parlamentares aparecem na lista de processados pela primeira vez. Outros 20 tiveram seus procedimentos arquivados ou baixados a outras instâncias do judiciário pelo STF. Entre esses, 15 deputados e cinco senadores.
O ex-deputado Barbosa Neto renunciou ao mandato após se eleger prefeito de Londrina (PR) em abril. O inquérito que corre contra ele no STF, por crime contra a ordem tributária e estelionato, foi encaminhado à Justiça de primeiro grau.
Com a renúncia à cadeira na Câmara, o deputado perde o foro privilegiado. O Ministério Público Federal já deu parecer pelo desmembramento do processo, para que os autos que dizem respeito ao ex-parlamentar voltem à Justiça do Paraná.
Outros dois ex-parlamentares tiveram seus processos baixados para a Justiça de primeiro grau após vencerem as eleições municipais de outubro. O prefeito de Santa Maria (RS), ex-deputado Cezar Schirmer (PMDB), teve o inquérito de que era alvo por boca de urna devolvido à Justiça do estado. O mesmo ocorreu com o atual prefeito de São José (SC), Djalma Berger (PSB-SC). Num dos inquéritos ele respondia por denunciação caluniosa e falso testemunho ou falsa perícia. No segundo, por crime contra o meio ambiente e o patrimônio genético e crime contra a flora.
Três parlamentares tiveram os processos arquivados e venceram as últimas eleições municipais. Entre eles, o ex-deputado Carlos Souza, atual vice-prefeito de Manaus, que respondia por crime contra a administração pública, corrupção ativa e concussão. O inquérito que envolvia o nome dele foi arquivado em abril.
“Vocês batem, mas a gente se reelege”
A eleição de parlamentares com pendências na Justiça reforça a declaração do deputado Sérgio Moraes (PTB-RS), integrante do Conselho de Ética da Câmara que acumula duas ações penais no Supremo. O deputado que ficou nacionalmente conhecido por dizer que estava se “lixando para a opinião pública” completou o discurso com a seguinte declaração: “Vocês (imprensa) batem, mas a gente se reelege”.Essa não é a primeira vez que o deputado usa frases polêmicas para falar da conduta parlamentar. Ano passado, ao ser empossado como presidente do Conselho de Ética, usou uma metáfora para minimizar o fato de acumular o comando do colegiado e processos na Justiça (leia mais). “Lá na minha terra tem um ditado que diz que cão que não tem pulga ou teve ou vai ter, mesmo que seja pequena.”
Congresso em Foco. Por estas e outras, sou contra o privilégio de foro (1)
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03/06/2009 - 06h27
Exclusivo: 150 parlamentares têm processo no STF
Deputados e senadores respondem a 318 inquéritos ou ações penais. Em 100 casos, Supremo encontrou elementos para transformar 52 parlamentares em réus. Denúncias incluem malversação de dinheiro público, corrupção e, até, estupro
Processos contra parlamentares vão de desvio de dinheiro público e corrupção a estupro
Daniela Lima e Renata Camargo
O Supremo Tribunal Federal (STF) abriu 38 processos contra deputados e senadores nos últimos 12 meses. Desde junho do ano passado, o número de inquéritos e ações penais envolvendo parlamentares saltou de 281 para 318, um aumento de 11%.Atualmente 150 congressistas têm pendência na mais alta corte do país, quase um quarto do Congresso Nacional. No ano passado, eram 143. Hoje, 52 são réus em 100 ações penais.
Nesses casos, o Supremo aceitou as denúncias feitas pelo Ministério Público Federal ou terceiros por entender que há elementos da participação de deputados e senadores em práticas criminosas. As ações penais são desdobramentos dos inquéritos e preocupam mais os parlamentares, pois são elas que podem levar os réus à condenação.
Os dados são resultado de levantamento exclusivo do Congresso em Foco. Na lista dos atuais processados estão 129 deputados e 21 senadores. As acusações atingem indistintamente partidos da base aliada e da oposição. O leque das denúncias também é variado: malversação de dinheiro público, crimes eleitorais e contra a ordem tributária, corrupção, formação de quadrilha e, até, estupro.
Confira a relação dos parlamentares processados
Veja a lista dos congressistas que são réus
O que dizem os deputados e senadoresInquéritos e ações penaisNa cota da Câmara, aparecem 188 inquéritos e 92 ações penais. Na do Senado, 30 inquéritos e oito ações penais. Os parlamentares federais têm direito a foro privilegiado. Assim como os ministros e o presidente da República, só podem ser julgados pelo Supremo nas áreas administrativa e criminal. Apesar do volume de investigações, o STF nunca condenou um congressista.
O levantamento foi realizado a partir de informações divulgadas no site do Supremo até o último dia 22. De lá pra cá, o STF autuou outros dois inquéritos envolvendo parlamentar, incluídos às 16h03 na relação divulgada esta manhã pelo site. A pesquisa é feita pelo nome do parlamentar. Na consulta, no entanto, nem sempre é possível saber todos os processos ao qual o denunciado responde, pois os deputados e senadores podem solicitar que o nome seja retirado da consulta pública do processo. Além disso, procedimentos que correm em sigilo só podem ser localizados pelo número.
Os mais processados
Na Câmara, apenas nove parlamentares respondem por 80 procedimentos dos 281 que pesam sobre todos os deputados que exercem ou exerceram mandato nesta legislatura. A lista dos que respondem a mais de cinco procedimentos é encabeçada pelo deputado Neudo Campos (PP-RR), que acumula 21 acusações – sendo 11 ações penais e dez inquéritos.
Veja a relação dos mais processados
Neudo Campos já foi apontado no levantamento anterior deste site, em junho do ano passado, como o parlamentar mais processado do Congresso e manteve o título em 2009. Até o fechamento desta edição o parlamentar não havia enviado esclarecimentos sobre as ações a que responde na Justiça.
Em segundo lugar na lista dos mais processados está o deputado Abelardo Camarinha, com 13 procedimentos. O deputado disse que as ações que correm contra ele foram movidas por adversários políticos no período em que foi prefeito de Marília (SP). “São coisas normais dentro de 14 anos que fiquei na prefeitura”.
No terceiro lugar estão empatados com oito procedimentos cada os deputados Jackson Barreto (PMDB-SE) e Jader Barbalho (PMDB-PA). Das oito ações penais de Jackson, cinco são por crime de desvio de dinheiro público (peculato). Jader Barbalho, por sua vez, é réu por crimes como estelionato, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e contra o sistema financeiro nacional. Nenhum dos dois enviou esclarecimentos ao site até o fechamento desta edição. Assim como todos os parlamentares citados nessa reportagem, eles foram procurados desde a quarta-feira da semana passada (veja quem respondeu).
No Senado, Valdir Raup (PMDB-RO) é quem concentra o maior número de procedimentos entre os parlamentares processados. Ele responde no STF a duas ações penais e dois inquéritos. Entre as acusações estão crimes de desvio de dinheiro público (peculato) e contra o sistema financeiro nacional.
Outros quatro senadores respondem a três procedimentos cada. São eles: Jayme Campos (DEM- MT), João Ribeiro (PR-TO), Marconi Perillo (PSDB-GO) e Wellington Salgado (PMDB-MG). Desses, apenas o senador Jayme Campos enviou esclarecimentos até o fechamento da reportagem. Segundo ele, seus procedimentos são fruto de “injustiças, preconceitos e falhas processuais”. “Nos casos em que meu nome se vê inserido em investigações judiciais, devo esclarecer que não passam de falhas processuais ou de precipitação política na apreciação de tais processos”, sustentou.
Entra e sai
Na lista de processados também figuram nomes de parlamentares que, mesmo tendo processos arquivados no último ano, continuam na lista dos investigados pela Justiça. É o caso do deputado Gervásio Silva (PSDB-SC), que no último ano respondia a inquérito que apurava homicídio culposo em acidente de trânsito e teve o procedimento arquivado.
No entanto, no último dia 15 de maio, o pleno do STF acolheu denúncia referente a outro inquérito, no qual o parlamentar é acusado de estupro. A investigação foi reautuada como ação penal, ainda sem número. “Estou com a consciência tranquila. Sei que sou inocente. Isso foi uma tremenda armação. Quero provar minha inocência o mais rápido possível, porque essa é a acusação mais grave que um homem pode sofrer", afirmou o parlamentar ao Congresso em Foco.
Prefeitos
Em comparação com o levantamento feito em junho do ano passado, 26 parlamentares aparecem na lista de processados pela primeira vez. Outros 20 tiveram seus procedimentos arquivados ou baixados a outras instâncias do judiciário pelo STF. Entre esses, 15 deputados e cinco senadores.
O ex-deputado Barbosa Neto renunciou ao mandato após se eleger prefeito de Londrina (PR) em abril. O inquérito que corre contra ele no STF, por crime contra a ordem tributária e estelionato, foi encaminhado à Justiça de primeiro grau.
Com a renúncia à cadeira na Câmara, o deputado perde o foro privilegiado. O Ministério Público Federal já deu parecer pelo desmembramento do processo, para que os autos que dizem respeito ao ex-parlamentar voltem à Justiça do Paraná.
Outros dois ex-parlamentares tiveram seus processos baixados para a Justiça de primeiro grau após vencerem as eleições municipais de outubro. O prefeito de Santa Maria (RS), ex-deputado Cezar Schirmer (PMDB), teve o inquérito de que era alvo por boca de urna devolvido à Justiça do estado. O mesmo ocorreu com o atual prefeito de São José (SC), Djalma Berger (PSB-SC). Num dos inquéritos ele respondia por denunciação caluniosa e falso testemunho ou falsa perícia. No segundo, por crime contra o meio ambiente e o patrimônio genético e crime contra a flora.
Três parlamentares tiveram os processos arquivados e venceram as últimas eleições municipais. Entre eles, o ex-deputado Carlos Souza, atual vice-prefeito de Manaus, que respondia por crime contra a administração pública, corrupção ativa e concussão. O inquérito que envolvia o nome dele foi arquivado em abril.
“Vocês batem, mas a gente se reelege”
A eleição de parlamentares com pendências na Justiça reforça a declaração do deputado Sérgio Moraes (PTB-RS), integrante do Conselho de Ética da Câmara que acumula duas ações penais no Supremo. O deputado que ficou nacionalmente conhecido por dizer que estava se “lixando para a opinião pública” completou o discurso com a seguinte declaração: “Vocês (imprensa) batem, mas a gente se reelege”.Essa não é a primeira vez que o deputado usa frases polêmicas para falar da conduta parlamentar. Ano passado, ao ser empossado como presidente do Conselho de Ética, usou uma metáfora para minimizar o fato de acumular o comando do colegiado e processos na Justiça (leia mais). “Lá na minha terra tem um ditado que diz que cão que não tem pulga ou teve ou vai ter, mesmo que seja pequena.”
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