TUCA PUC 1977
EU QUASE QUE NADA SEI. MAS DESCONFIO DE MUITA COISA. GUIMARÃES ROSA.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

É dando que se recebe...o no$$o dinheiro


Do Blog do Josias de Souza

A aprovação do texto básico da CPMF na Câmara foi precedida de uma série de reuniões entre deputados rebeldes e ministros de Lula. Em reunião realizada na manhã desta quarta-feira (19), farejou-se uma insurreição no consórcio governista, que ameaçava a renovação do imposto do cheque. Por trás do movimento, havia reivindicação de cargos, verbas e renegociação de dívidas.

Concentrava-se na bancada ruralista um dos focos da revolta parlamentar. Há na Câmara algo como 90 deputados ruralistas –cerca de 40 ameaçaram derrubar a CPMF. Para demover a resistência, realizaram-se reuniões com os ministros Guido Mantega (Fazenda) e Reinhold Stephanes (Agricultura). Os ministros mostraram-se abertos a abrir negociação em torno da rolagem de dívidas de ruralistas.

Embora o acerto ainda não tenha sido fechado, os deputados entenderam que os ministros se comprometeram com a análise da rolagem dos empréstimos agrícolas. Alguns, atrasados desde 1995, já foram inscritos em dívida ativa. Estimam que a dívida alça à casa dos R$ 70 bilhões, dos quais cerca de R$ 38 bilhões venceriam em 2007. Não é pouca coisa.

Os R$ 70 bilhões correspondem a quase duas vezes a arrecadação anual da CPMF, um tributo que deve render ao governo, em 2007, cerca de R$ 37 bilhões. “Demos um crédito de confiança ao governo”, disse ao blog um dos deputados que participaram dos entendimentos.

Outro foco de insurreição envolvia três bancadas do PMDB –a de Minas Gerais, a do Rio de Janeiro e a do Centro-Oeste. Neste caso, a rebeldia era motivada por reivindicações dos peemedebistas mineiros. Os colegas das outras duas bancadas aderiram à revolta por solidariedade. O PMDB das alterosas subiu nas tamancas por cargos. Queixou-se da indiferença com que vem sendo tratado pelo Planalto. Alegou que, no primeiro mandato de Lula, desfrutava de posições estratégicas da engrenagem pública.

Eram cargos no Ministério da Saúde, na Eletrobrás e em Furnas, por exemplo. Sob Lula II, perderam todas as posições antigas. E não ganharam nenhuma nova nomeação. Enxergaram na sofreguidão do governo em aprovar a CPMF uma oportunidade para fazer sua voz chegar ao Planalto. Soaram convincentes. De novo, o governo comprometeu-se a ceder. Entre os cargos reivindicados pelo grupo, o mais vistoso é a diretoria Internacional da Petrobras. Deseja-se acomodar ali um funcionário da própria estatal. Chama-se João Augusto Fernandes.

Prevaleceu neste caso, uma tese que o presidente do PMDB, Michel Temer (SP), esgrimiu em encontros reservados com a sua tropa. Temer ponderou que o PMDB deveria aproveitar a votação da CPMF para demonstrar ao governo que é indispensável. O partido tem na Câmara uma bancada de 92 deputados. Sete estavam fora de Brasília. Segundo o raciocínio de Temer, para se cacifar junto ao governo, o partido teria de levar ao painel eletrônico cerca de 80 votos. Temer foi atendido na base do voto de confiança. Uma confiança que terá de ser demonstrada já nas próximas horas.

Embora tenha sido aprovada em votação preliminar, a emenda da CPMF ainda está na dependência da análise de dez destaques apresentados pela oposição. Para rejeitá-los, o governo terá de dispor, em dez votações sucessivas, de pelo menos 308 votos. Depois, ainda será preciso votar o tributo em segundo turno.

De resto, o líder do governo na Câmara, José Múcio (PTB-PE), passou o dia negociando com colegas do consórcio governista, o preenchimento de cargos e a liberação de emendas injetadas pelos próprios congressistas no Orçamento da União. Feitas as contas, estima-se que o Planalto tenha prometido liberar R$ 21 milhões. Quanto aos cargos, além das promessas feitas ao PMDB, foram apalavradas nomeações em benefício de pelo menos mais quatro legendas consorciadas ao governo: PP, PR, PSB e PTB. Uma festa.

No Senado, onde a resistência à CPMF é maior e a base governista é menor, a zorra tende a incrementar-se. Como diz o senador Pedro Simon (PMDB-RS), para obter o que deseja, o governo terá de "comprar a alma dos senadores". Uma mercadoria que, embora encontradiça, costuma custar caro. Que mais resta ao contribuinte fazer? Nada, exceto pagar e rir do próprio infortúnio.
Escrito por Josias de Souza
COMENTÁRIO: ainda bem que existe a grande mídia. se não houvesse, ninguém estaria sabendo das vendas de cargos, de rolagem da dívida no no$$o lombo!

Um comentário:

Inconformado disse...

Mas se você precisa da grande mídia para saber o que acontece em Brasília, na Câmara Municipal de Maringá, na Prefeitura ou na ACIM, você deve acreditar em papai noel. Político já tem o dna alterado e voltado para a corrupção. Todos, sem exceção.

Braziu!

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