Folha de S. Paulo 5/9/2007 do BLOG PANORAMA
Mineradora doou para campanha do PT R$ 10,5 milhões
O PT que critica a privatização da Vale do Rio Doce e apóia um plebiscito sobre a sua anulação recebeu gordas doações de campanha no ano passado. Foram R$ 10,53 milhões no total repassados ao partido ou a candidatos petistas em todo o país na eleição de 2006, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral. Só a campanha de Lula ficou com R$ 4,05 milhões. O Diretório Nacional do PT recebeu mais R$ 2,65 milhões, que foram repassados a campanhas do partido. A Vale foi a quarta maior doadora contabilizando recursos dados ao partido, não diretamente a candidatos. Outros 40 candidatos do PT receberam R$ 3,83 milhões. A empresa não quis comentar doações ao PT, dizendo que tem como prática contribuir com quase todos os partidos. Os petistas foram os que mais receberam. Para efeito de comparação, o PSDB foi contemplado com R$ 8,98 milhões pela mineradora, dos quais R$ 3,2 milhões para seu candidato presidencial, Geraldo Alckmin (21% a menos do que Lula). O restante foi para o partido e outros candidatos tucanos. As doações foram feitas por meio de três empresas 100% controladas pela Vale: Caemi, MBR e Urucum. Foi a brecha legal que a mineradora encontrou para fazer suas contribuições, uma vez que ela própria, por ser concessionária de serviço público, não poderia. As doações de empresas controladas por concessionárias chegaram a ser questionadas pela área técnica do TSE, mas acabaram sendo liberadas. O tesoureiro do partido, Paulo Ferreira, diz que não haverá problemas na relação entre as instituições.
"O PT e a Vale têm maturidade para entender as decisões que cada um toma. O PT não se pronuncia sobre o mérito do plebiscito, só defende sua realização. Não vejo como pode haver um abalo nas relações."
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