Do Blog do Josias de Souza
Responsável pela condução das representações contra Renan Calheiros (PMDB-AL), o vice-presidente do Senado, Tião Viana (PT-AC), informou ao blog que levará o primeiro processo à votação no plenário do Senado em, no máximo, 15 dias. Ele estima que a decisão deve ocorrer na sessão do dia 18 de setembro, uma terça-feira. O voto será secreto.
Eis o roteiro do desfecho do processo, segundo as previsões de Tião Viana: “O Conselho de Ética deve tomar a sua decisão nesta quarta-feira (5). O Caso vai à CCJ [Comissão de Constituição e Justiça]. Ali, a tramitação é de cinco dias...”
“...Ou seja, o senador Marco Maciel [presidente da comissão], pode colocar o processo em votação já na quarta-feira (12) da semana que vem. Mandarei publicar no Diário do Congresso imediatamente. Poderíamos votar no plenário no dia seguinte, quinta-feira (13). Mas pode haver alguma dificuldade de quórum. Neste caso, vou agendar a votação para a terça-feira (18) subseqüente”.
Tião Viana trabalha com a perspectiva de que o grupo de Renan Calheiros não criará dificuldades. Baseia-se numa evidência: “Creio que o senador [Renan] está decidido a arriscar tudo no plenário, onde tem chances de ser absolvido. Eu, pessoalmente, acho que ele tem boas chances [de salvar o mandato] no plenário. Vai contar inclusive com votos do DEM e do PSDB.”
No Conselho de Ética, a despeito dos arreganhos dos integrantes de sua tropa de choque, à frente Wellington Salgado (PMDB-MG), Renan já jogou a toalha. Ali, o pedido de cassação de seu mandato por quebra do decoro parlamentar deve ser aprovado, nesta quarta (5), por 10 votos contra 5.
Neste primeiro processo, Renan é acusado de servir-se de verbas da empreiteira Mendes Júnior, para pagar a pensão da filha que teve com a jornalista Mônica Veloso. Se for mesmo absolvido no plenário, hipótese admitida até pelas lideranças de oposição, o senador ainda terá contra si outras duas representações: a que o acusa de ter feito lobby pela cervejaria Schincariol e a que trata da denúncia de utilização de laranjas na aquisição de empresas de comunicação em Alagoas.
Há, de resto, uma quarta representação a caminho. PSOL e DEM já disseram que não abrem mão de apurar também a denúncia de que Renan capitaneou um esquema de cobrança de propinas em ministérios controlados pelo PMDB, uma suspeita que veio à tona no último final de semana.
Sobre esta quarta-representação, Tião Viana já tomou uma deliberação: “Meu entendimento é o de que a Mesa [diretora do Senado] deveria sobrestar a nova representação até que as outras sejam julgadas. Inclusive para facilitar o trabalho do Conselho de Ética. É o que vou sugerir aos demais integrantes da Mesa, onde as decisões precisam ser aprovadas por maioria”.
Antes, Tião Viana pretende conversar com o presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB-TO). Quer saber se as outras representações estão sendo processadas normalmente. Há dúvidas, por exemplo, quanto à designação de um relator para o caso do uso de laranjas na aquisição de um jornal e uma rádio em Alagoas.
“Se não tiver relator, então eu teria de rever a minha posição [de sobrestar a quarta representação]. O relator precisa estar designado. Do contrário, mandaremos também a nova representação. Sobrestá-la poderia ser interpretado como um gesto para procrastinar, o que não é nosso papel.”
Seja como for, somando-se a perspectiva de absolvição no primeiro processo, a existência de outras duas representações, a certeza do surgimento de uma quarta e a recusa de Renan de afastar-se da cadeira de presidente, tem-se um quadro sinistro para o Senado. A Casa continuará sangrando no noticiário por meses a fio.
Escrito por Josias de Souza
Eis o roteiro do desfecho do processo, segundo as previsões de Tião Viana: “O Conselho de Ética deve tomar a sua decisão nesta quarta-feira (5). O Caso vai à CCJ [Comissão de Constituição e Justiça]. Ali, a tramitação é de cinco dias...”
“...Ou seja, o senador Marco Maciel [presidente da comissão], pode colocar o processo em votação já na quarta-feira (12) da semana que vem. Mandarei publicar no Diário do Congresso imediatamente. Poderíamos votar no plenário no dia seguinte, quinta-feira (13). Mas pode haver alguma dificuldade de quórum. Neste caso, vou agendar a votação para a terça-feira (18) subseqüente”.
Tião Viana trabalha com a perspectiva de que o grupo de Renan Calheiros não criará dificuldades. Baseia-se numa evidência: “Creio que o senador [Renan] está decidido a arriscar tudo no plenário, onde tem chances de ser absolvido. Eu, pessoalmente, acho que ele tem boas chances [de salvar o mandato] no plenário. Vai contar inclusive com votos do DEM e do PSDB.”
No Conselho de Ética, a despeito dos arreganhos dos integrantes de sua tropa de choque, à frente Wellington Salgado (PMDB-MG), Renan já jogou a toalha. Ali, o pedido de cassação de seu mandato por quebra do decoro parlamentar deve ser aprovado, nesta quarta (5), por 10 votos contra 5.
Neste primeiro processo, Renan é acusado de servir-se de verbas da empreiteira Mendes Júnior, para pagar a pensão da filha que teve com a jornalista Mônica Veloso. Se for mesmo absolvido no plenário, hipótese admitida até pelas lideranças de oposição, o senador ainda terá contra si outras duas representações: a que o acusa de ter feito lobby pela cervejaria Schincariol e a que trata da denúncia de utilização de laranjas na aquisição de empresas de comunicação em Alagoas.
Há, de resto, uma quarta representação a caminho. PSOL e DEM já disseram que não abrem mão de apurar também a denúncia de que Renan capitaneou um esquema de cobrança de propinas em ministérios controlados pelo PMDB, uma suspeita que veio à tona no último final de semana.
Sobre esta quarta-representação, Tião Viana já tomou uma deliberação: “Meu entendimento é o de que a Mesa [diretora do Senado] deveria sobrestar a nova representação até que as outras sejam julgadas. Inclusive para facilitar o trabalho do Conselho de Ética. É o que vou sugerir aos demais integrantes da Mesa, onde as decisões precisam ser aprovadas por maioria”.
Antes, Tião Viana pretende conversar com o presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB-TO). Quer saber se as outras representações estão sendo processadas normalmente. Há dúvidas, por exemplo, quanto à designação de um relator para o caso do uso de laranjas na aquisição de um jornal e uma rádio em Alagoas.
“Se não tiver relator, então eu teria de rever a minha posição [de sobrestar a quarta representação]. O relator precisa estar designado. Do contrário, mandaremos também a nova representação. Sobrestá-la poderia ser interpretado como um gesto para procrastinar, o que não é nosso papel.”
Seja como for, somando-se a perspectiva de absolvição no primeiro processo, a existência de outras duas representações, a certeza do surgimento de uma quarta e a recusa de Renan de afastar-se da cadeira de presidente, tem-se um quadro sinistro para o Senado. A Casa continuará sangrando no noticiário por meses a fio.
Escrito por Josias de Souza
Comentário: o senado fede!
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