Do Blog do Josias de Souza
Enquete realizada pela reportagem da Folha começa a levantar o manto diáfano do voto secreto. Num instante em que Brasília faz contagem regressiva, foram ouviram-se 67 dos 81 senadores. Nada menos que 33 já informam que votarão a favor da poda do mandato de Renan Calheiros. Só nove dizem abertamente que optarão pela absolvição do colega. Outros 25 preferiram não revelar o voto. Vai abaixo a íntegra da reportagem (assinantes do jornal):
"Contrariando projeções do final da semana passada, de aliados de Renan Calheiros, 33 senadores declararam que votam pela cassação do presidente do Senado. São necessários 41 votos para cassá-lo.
Apenas nove senadores saíram abertamente em defesa de Renan e afirmaram que votarão pela absolvição. A Folha ouviu 67 dos 81 senadores; 25 não quiseram revelar o voto e 13 não foram localizados. Como a votação é secreta, são esperadas traições dos dois lados.
Na quinta-feira, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR), levou a seguinte avaliação ao Planalto: a oposição não conseguiria colocar 33 votos para cassar Renan. Nesse dia, o ministro Walfrido dos Mares Guia (Relações Institucionais) já considerava que a absolvição de Renan se daria por margem apertada.
Além do clima menos favorável a Renan percebido em contato com congressistas, pesou na avaliação do governo a mudança de prognóstico de Jucá. Uma semana antes de dizer que a oposição não atingiria 33 votos, o peemedebista afirmava que ela não alcançaria 27.
A votação está marcada para amanhã, às 11h, em sessão fechada. Se Renan for absolvido, enfrentará ainda outros dois processos por quebra de decoro que já estão em tramitação no Senado. E uma quarta representação contra ele já foi protocolada pelo PSOL.
O Conselho de Ética aprovou na semana passada, por 11 a 4, em votação aberta, a cassação de Renan. Ele é acusado de ter despesas pessoais pagas por um lobista da empreiteira Mendes Júnior.
A pena foi recomendada pelos relatores Renato Casagrande (PSB-ES) e Marisa Serrano (PSDB-MS).Conselho x plenário: Em um indicativo de que a votação do conselho não é parâmetro para o plenário, o senador Heráclito Fortes (DEM-PI) não quis revelar seu voto. Na semana passada, em votação aberta, ele apoiou a cassação de Renan por pressão do partido. 'Se o voto é secreto, não tenho porque abrir meu voto. É o respeito ao que prevê a Constituição', disse ele.
Nos bastidores, o Planalto está trabalhando pela absolvição de Renan. O governo não quer abrir uma disputa pela presidência do Senado porque não tem maioria confortável na Casa nem um candidato forte.
PSDB e DEM fecharam questão pela cassação, mas traições são dadas como certas. Entre os 12 senadores do PT, nenhum declarou que votará pela absolvição. Desses, quatro afirmaram que são a favor da cassação: Flávio Arns (PR), Augusto Botelho (RR), João Pedro (AM) e Paulo Paim (RS).
Apesar de ser autor de proposta de emenda constitucional para acabar com o voto secreto, Tião Viana (PT-AC), não revela sua posição. Ele presidirá a sessão de amanhã. 'Não vou prejudicar a instituição.'
Eduardo Suplicy (PT-SP), que no conselho votou pela cassação, tem esperança que Renan tire suas dúvidas na sessão. Os outros petistas que não declararam o voto: Aloizio Mercadante (SP), Delcídio Amaral (MS), Fátima Cleide (RO), Serys Slhessarenko (MS), Sibá Machado (AC) e Ideli Salvatti (SC), que é líder da bancada.
Entre os que declararam voto pela absolvição estão sete do PMDB e dois do PTB. Na bancada petebista, Renan garantiu o voto de Gim Argello (DF) quando arquivou uma representação contra ele, no mês passado, por quebra de decoro. Líder do PMDB e membro da tropa-de-choque de Renan, Valdir Raupp (RO) não declarou seu voto, embora seja pró-absolvição. Ele afirmou que o voto é secreto e tem que ser anulado caso seja revelado. Renan pode votar na sessão. Mas sua assessoria disse que isso não estava definido ainda."
Nos bastidores, o Planalto está trabalhando pela absolvição de Renan. O governo não quer abrir uma disputa pela presidência do Senado porque não tem maioria confortável na Casa nem um candidato forte.
PSDB e DEM fecharam questão pela cassação, mas traições são dadas como certas. Entre os 12 senadores do PT, nenhum declarou que votará pela absolvição. Desses, quatro afirmaram que são a favor da cassação: Flávio Arns (PR), Augusto Botelho (RR), João Pedro (AM) e Paulo Paim (RS).
Apesar de ser autor de proposta de emenda constitucional para acabar com o voto secreto, Tião Viana (PT-AC), não revela sua posição. Ele presidirá a sessão de amanhã. 'Não vou prejudicar a instituição.'
Eduardo Suplicy (PT-SP), que no conselho votou pela cassação, tem esperança que Renan tire suas dúvidas na sessão. Os outros petistas que não declararam o voto: Aloizio Mercadante (SP), Delcídio Amaral (MS), Fátima Cleide (RO), Serys Slhessarenko (MS), Sibá Machado (AC) e Ideli Salvatti (SC), que é líder da bancada.
Entre os que declararam voto pela absolvição estão sete do PMDB e dois do PTB. Na bancada petebista, Renan garantiu o voto de Gim Argello (DF) quando arquivou uma representação contra ele, no mês passado, por quebra de decoro. Líder do PMDB e membro da tropa-de-choque de Renan, Valdir Raupp (RO) não declarou seu voto, embora seja pró-absolvição. Ele afirmou que o voto é secreto e tem que ser anulado caso seja revelado. Renan pode votar na sessão. Mas sua assessoria disse que isso não estava definido ainda."
Comentário: A Ideli vota no Renan. Com certeza. O Mercadante também. Quantos metros de rabos presos se entrelaçarão na defesa do CPMF????
Um comentário:
Pois é, ainda bem que o voto no COU que retirou o direito ao voto paritário foi aberto. Assim pudemos saber quem é a "verdadeira esquerda" da UEM.
Claro... considerando as devidas escalas decisórias.
Postar um comentário