ENTREVISTA COM O QUERIDO SPONHOLZ!
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A cara de quem pinta o Brasil
07.07.2009 - 5:25pm Seção: Entrevista da Semana
Crítico ríspido do governo e do partido de Lula da Silva, Roque Sponholz fala sobre a importância da charge e mostra sua peculiar visão de Brasil. Para o artista, o país está mais para garranchos que para arte final (*) Karina Trevizan e Ucho Haddad
A cara de quem pinta o Brasil
07.07.2009 - 5:25pm Seção: Entrevista da Semana
Crítico ríspido do governo e do partido de Lula da Silva, Roque Sponholz fala sobre a importância da charge e mostra sua peculiar visão de Brasil. Para o artista, o país está mais para garranchos que para arte final (*) Karina Trevizan e Ucho Haddad
Se “charge sem crítica não é charge, é piada de salão”, podemos ter absoluta certeza de que o trabalho de Roque Sponholz é a charge. Paranaense de Imbituva, Sponholz é conhecido por ser crítico ferrenho do governo Lula e do Partido dos Trabalhadores. Sempre atento ao ir e vir da política e com visão muito analítica do contexto do país, o chargista possui um acervo de charges das mais contundentes, grande parte da pimenta reservada ao “presiMente”, como o artista define Lula da Silva. Roque Sponholz é arquiteto e urbanista formado na Universidade Federal do Paraná, e atualmente é professor da Universidade Estadual de Ponta Grossa, onde leciona planejamento urbano e desenho técnico. Já foi vereador, mas atualmente participa da Política sem mandato, como chargista dos que pegam no pé, com contundência e talento inquestionáveis.Em sua opinião, o que é uma charge?Charge sem crítica, seja ela aos costumes, ao meio ambiente, ao esporte, ao cotidiano, aos governos, aos santos, diabos e tiranos, etc, não é charge; é piada de salão.
Qual a importância da imagem como linguagem para a transmissão da informação?
ROQUE: É fundamental. Dá para imaginar o que seria de um presidente de uma (ainda) república, que nada lê, sem a imagem gráfica, televisiva ou até mesmo “auditiva”? Pois, tal qual o presidente, o brasileiro tem preguiça de ler. Dezesseis milhões e um deles são analfabetos.Para entender as charges, o público deve estar acompanhando as notícias sobre política ou, ao contrário, a imagem é que desperta o interesse para que o público procure informações sobre o assunto?Ambos. Às vezes, a charge desperta o leitor para determinado assunto que poderia lhe passar despercebido. Por outro lado, naquelas em que o fato foi amplamente divulgado, a charge acaba sendo apenas um complemento.Em alguma ocasião uma charge feita por você mudou o desfecho de algum fato político?Infelizmente, desde os tempos de Daumier, isso nunca ocorreu com qualquer charge. Talvez alguma charge tenha ajudado a mudar alguma coisa, mas não foi somente ela o motivo para tal.
Enquanto vereador, foi alvo de algum chargista?
ROQUE: Motivos certamente eu dei, mas eu dos era amigo de todos os chargistas daquela época. Principalmente do mais crítico, mordaz e craque deles: Ireno José, já falecido. Tenho caricatura dele que guardo com carinho e honra, mas não charge.
A liberdade para criticar é maior na charge que no texto, em sua opinião?
A liberdade para criticar é maior na charge que no texto, em sua opinião?
ROQUE: Liberdade pressupõe igualdade. Portanto, é a mesma.
Se não fosse chargista, o que seria?
ROQUE: Como diria aquele ministro, estou chargista, não sou chargista. Sou arquiteto/urbanista, professor universitário de planejamento urbano, tentando com meus alunos entender por que este desgoverno prioriza e incentiva o transporte individual em detrimento do transporte coletivo, tornando nossas cidades desumanas, irrespiráveis, inseguras, enfim…
Desde a ditadura, fala-se que o Brasil é o país do futuro. Para o senhor, isso é verdade ou temos mais cara de passado?
Desde a ditadura, fala-se que o Brasil é o país do futuro. Para o senhor, isso é verdade ou temos mais cara de passado?
ROQUE:Pelo andar da carruagem atrelada a pangarés que dão dois passos à frente e quatro para trás, o futuro fica cada vez mais com cara de passado.Qual é a cor do Senado? Marrom é a cor não só do Senado, mas também da Câmara e do Palácio do Planalto.E de 2010?2010 terá a cor da esperança de que nos próximos quatro anos se possa recuperar oito perdidos.O Brasil está mais para rascunho ou arte final?Está mais para garranchos. Está mais para o final da arte do que para a arte final.
Ping Pong
Ping Pong
Lula: PresiMente
Dilma:Paranóia
Serra: Pneumologista
FHC: Presidente
Sarney: Nepote, vergonha, indignidade
Atos secretos: Ménage à trois, quatre, cinq…
Deputado do castelo: Rapunzel mineiro2010: Fim do queijo, raspa tacho
Política: Ética
Cartunista referência: Lula, que pinta e borda com a cara dos brasileiros
Futebol: ÓpticaBrasil: Um desvio de rota
Um comentário:
Tinha que ser paranaense; tinha que ser fascista, racista, preconceituoso, enfim... Que vergonha!
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