PT abandona Renan por Josias de Souza
De nada adiantaram os arreganhos e as manobras de Renan Calheiros e do seu PMDB. Durou menos de 24 horas a brincadeira de empacotar dois processos em um, submetido à relatoria do pizzaiolo Almeida Lima. Lugar-tenente de Renan no comando do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha viu-se compelido nesta terça-feira (2) a desfazer tudo o que fizera na véspera. Não haverá mais nem unificação de processos nem relator único.
Quintanilha recobrou o bom senso ao notar que a milícia de Renan estava isolada no conselho. Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB, e Demóstenes Torres (DEM-GO), solicitaram que a junção dos processos fosse decidida no voto. No curso dos debates, entrecortados por rififis vexatórios, ficou claro que, havendo votação, Renan e suas tramóias se arriscariam a contar com o escasso apoio de três bravos soldados peemedebistas: Almeida Lima (SE), Wellington Salgado (MG) e Gilvan Borges (AP).
O isolamento da tropa de Renan foi esboçado logo no início da sessão. Uma intervenção de Aloizio Mercadante (PT-SP) deixou evidente que o presidente do Senado não disporia do suporte petista. Mercadante insurgiu-se contra a unificação processual. Defendeu que cada um dos três processos que ainda pendem sobre a cabeça de Renan tivesse relatores distintos.
De resto, Mercadante repisou a tese de que os três relatores deveriam realizar um trabalho concomitante, de modo a apresentar ao Conselho de Ética, em 30 dias, relatórios que permitam aos senadores ter uma visão global de todas as acusações que pairam sobre Renan. Eduardo Suplicy (PT-SP) e João Pedro (PT-AM) endossaram o encaminhamento de Mercadante.
Sentindo o cheiro de queimado, Quintanilha optou pelo vexame menor. Para não amargar uma derrota no voto, mudou de posição por espontânea pressão. Manteve a escolha de Almeida Lima, mas disse que ele relatará só um dos processos. Informou que indicará outro relator até amanhã. Ratificou o nome de João Pedro (PT-AM), que já relata um dos processos, o da cervejaria Schincariol. E aquiesceu quanto ao prazo de 30 dias sugerido por Mercadante.
Tudo considerado, tem-se o seguinte cenário: no Conselho de Ética, Renan Calheiros continua frito. A despeito das pressões que exerce sobre o governo, não conseguiu desmontar as barricadas do PT e de outros partidos do consórcio governista. Resta-lhe continuar apostando no plenário do Senado. Ali, embora o voto continue sendo secreto, a escuridão foi atenuada. Na semana passada, aprovou-se projeto que tornou abertas as sessões de julgamento de senadores. Não é tudo. Mas é muita coisa.
Escrito por Josias de Souza
Quintanilha recobrou o bom senso ao notar que a milícia de Renan estava isolada no conselho. Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB, e Demóstenes Torres (DEM-GO), solicitaram que a junção dos processos fosse decidida no voto. No curso dos debates, entrecortados por rififis vexatórios, ficou claro que, havendo votação, Renan e suas tramóias se arriscariam a contar com o escasso apoio de três bravos soldados peemedebistas: Almeida Lima (SE), Wellington Salgado (MG) e Gilvan Borges (AP).
O isolamento da tropa de Renan foi esboçado logo no início da sessão. Uma intervenção de Aloizio Mercadante (PT-SP) deixou evidente que o presidente do Senado não disporia do suporte petista. Mercadante insurgiu-se contra a unificação processual. Defendeu que cada um dos três processos que ainda pendem sobre a cabeça de Renan tivesse relatores distintos.
De resto, Mercadante repisou a tese de que os três relatores deveriam realizar um trabalho concomitante, de modo a apresentar ao Conselho de Ética, em 30 dias, relatórios que permitam aos senadores ter uma visão global de todas as acusações que pairam sobre Renan. Eduardo Suplicy (PT-SP) e João Pedro (PT-AM) endossaram o encaminhamento de Mercadante.
Sentindo o cheiro de queimado, Quintanilha optou pelo vexame menor. Para não amargar uma derrota no voto, mudou de posição por espontânea pressão. Manteve a escolha de Almeida Lima, mas disse que ele relatará só um dos processos. Informou que indicará outro relator até amanhã. Ratificou o nome de João Pedro (PT-AM), que já relata um dos processos, o da cervejaria Schincariol. E aquiesceu quanto ao prazo de 30 dias sugerido por Mercadante.
Tudo considerado, tem-se o seguinte cenário: no Conselho de Ética, Renan Calheiros continua frito. A despeito das pressões que exerce sobre o governo, não conseguiu desmontar as barricadas do PT e de outros partidos do consórcio governista. Resta-lhe continuar apostando no plenário do Senado. Ali, embora o voto continue sendo secreto, a escuridão foi atenuada. Na semana passada, aprovou-se projeto que tornou abertas as sessões de julgamento de senadores. Não é tudo. Mas é muita coisa.
Escrito por Josias de Souza
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