TUCA PUC 1977
EU QUASE QUE NADA SEI. MAS DESCONFIO DE MUITA COISA. GUIMARÃES ROSA.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

puisé!

Do Josias de Souza
França derruba casas e tira famílias de áreas de risco
Foto: AFP, via BBC
O governador do Rio, Sérgio Cabral talvez devesse desperdiçar um naco de seu tempo para observar o que se passa na França.



Nesta quinta-feira (8), funcionários do governo francês foram incumbidos de informar a mais de mil famílias que suas casas irão abaixo.



Serão demolidas cerca de 1.400 residências. Todas assentadas em duas cidades da costa Atlântica: Vendée e Charente Maritime.



No último dia 28 fevereiro, a região foi sacudida por uma tempestade fortíssima. Terminou em tragédia: 53 mortos.



Os cadáveres moravam em áreas de risco. Submetido a uma consternação nacional, o governo francês decidiu agir. Fez o seguinte:



1. Realizou uma pesquisa cartográfica das zonas tidas por inabitáveis.



2. Identificou 16 localidades de alto risco. Chamou-as de “áreas negras”.



3. Decidiu que, nesses pedaços de terra, não se levantará mais nenhuma casa.



4. Deliberou que as casas que já estão em pé serão demolidas.



5. Convocou as famílias para dar a má notícia. Antevendo a tensão, chamou a polícia para testemunhar a conversa.



6. Em troca do teto perdido, os moradores receberão indenização do Estado. Coisa calculada pelo valor de mercado de cada imóvel. Cotação de antes da enchente.



7. Decidiu-se, de resto, abrir procedimentos para apurar responsabilidades. Constatou-se que a maioria das casas foi erigida com autorização municipal.



Recupere-se, por oportuno, uma frase de Cabral, dita 48 horas atrás:



“A demagogia levou a essa situação. Aqui no Rio isso é muito forte. Pessoas morando em áreas de risco como se fosse natural. Não é natural”.



Cabral arrematara: “Temos que tomar decisões duras”. Bingo. O drama do Rio, resultado de um descaso longevo, é maior que o da França. Porém...



Porém, a solução parece ser a mesma: cartografia, lista de áreas inabitáveis, proibição de novas casas, demolição das existentes, indenização e punição de responsáveis.



Em fevereiro, o presidente Nicolas Sarkozy visitou casas infelicitadas pelas cheias. No Brasil, Lula nem precisa imitá-lo.



Quando jovem, Lula teve a casa invadida pelas águas, em São Paulo. Sabe do que se trata. Antes de concluir o mandato, poderia encaminhar uma parceria que levasse à solução.



Em casos como o do Rio e o de São Paulo, se os administradores começarem a fazer agora o que deve ser feito, a coisa talvez se resolva em três ou quatro décadas.

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