
Por Josias de Souza, Charge de Glauco
Renan joga a toalha no conselho e mira no plenário
Pedido de cassação será formalizado nesta quarta-feira
Na fase seguinte, escurinho do voto secreto ajuda o réu
Antônio Cruz/ABr
Pedido de cassação será formalizado nesta quarta-feira
Na fase seguinte, escurinho do voto secreto ajuda o réu
Antônio Cruz/ABr
O senador Marco Maciel (DEM-PE) recebeu na noite desta terça-feira (4) um telefonema inusitado. Do outro lado da linha, um melífluo Renan Calheiros rogou a ele que apresse o trâmite do pedido de cassação do seu próprio mandato.
Marco Maciel preside a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). É o segundo degrau na escada que conduz ao patíbulo do plenário. A encomenda de Renan soou como primeiro reconhecimento explícito de que dá por perdida a batalha do Conselho de Ética, o primeiro degrau rumo à guilhotina.
O conselho reúne-se às 10h desta quarta (5). Em privado, Renan já jogou a toalha. Acha que, ali, não há mais o que fazer. Prevê-se que o relatório que recomenda a poda do mandato do senador será aprovado pelos conselheiros com uma margem de dez votos contra cinco. Daí o telefonema a Marco Maciel.
Pelo regimento do Senado, a CCJ teria cinco dias para analisar o processo de interrupção do mandato. Mas Renan, agora, corre contra o tempo. Acha que, no plenário do Senado, ganhará a guerra, calando os opositores que desejam passar o seu mandato na lâmina.
No sábado, quando ainda se imaginava que poderia recorrer ao STF contra a modalidade de votação adotada pelo Conselho de Ética –voto aberto, não secreto como ele desejava—, Renan telefonara para Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB. Dissera-lhe que desistira de bater às portas do Supremo.
Magnanimidade? Não. Renan acabara de reunir-se com o ministro Nelson Jobim (Defesa). Ex-presidente do Supremo, Jobim lhe informara que eram ínfimas as chances de êxito no tribunal. Virgílio discou, ainda no sábado, para Agripino Maia, informando acerca da mudança de tom do colega encalacrado.
Para os opositores, longe de denotar força, a súbita pressa de Renan é sinal de debilidade. “Quanto mais o tempo passa, mais ele se desgasta”, diz José Agripino Maia (RN), líder do DEM. “Cresce o número de senadores dispostos a votar em legítima defesa do Senado”.
A tropa de Renan afirma nos subterrâneos que triunfará no plenário com a ajuda dos votos de mais de uma dezena de desertores da oposição, sobretudo do DEM. Agripino dá de ombros: “A suposta fortaleza de Renan está fundada no apoio do governo e da base do governo, que tem o sopro do Planalto. Resta saber até onde vai a disposição para o sacrifício coletivo.”
Responsável pela condução dos processos que pendem sobre os ombros de Renan, o vice-presidente do Senado, Tião Viana, antecipou em uma semana sua previsão de desfecho do Renangate. Na véspera, previra que a guerra do plenário ocorreria em 15 dias. Agora, diante da pressa do próprio acusado, informa que deve incluir o pedido de cassação na pauta de terça-feira (11) da semana que vem.
Depois de conversar com Renan, Marco Maciel tocou para Leomar Quintanilha (PMDB-TO), presidente do Conselho de Ética. Queria ajustar o relógio da CCJ com os ponteiros do conselho. Quintanilha, que também havia recebido um telefonema de Renan, previu que a fatura estaria liquidada até as 13h. E Maciel pré-agendou a reunião da CCJ para as 15h desta quarta.
Em viagem a Pernambuco, Lula foi informado, pelo telefone, dos desdobramentos da crise no Senado. Festejou a perspectiva de desfecho rápido do caso. O governo receia que, arrastando-se, a encrenca termine por intoxicar o debate em torno do projeto que prorroga a CPMF até 2011. Tramita na Câmara, mas logo, logo chegará ao Senado.
O problema é que, confirmando-se a tendência de absolvição no primeiro processo, Renan ainda terá de responder a outras três representações –duas já formuladas e outra por ser protocolada na Mesa diretora do Senado. A sangria tende a ser mais lenta ...
Marco Maciel preside a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). É o segundo degrau na escada que conduz ao patíbulo do plenário. A encomenda de Renan soou como primeiro reconhecimento explícito de que dá por perdida a batalha do Conselho de Ética, o primeiro degrau rumo à guilhotina.
O conselho reúne-se às 10h desta quarta (5). Em privado, Renan já jogou a toalha. Acha que, ali, não há mais o que fazer. Prevê-se que o relatório que recomenda a poda do mandato do senador será aprovado pelos conselheiros com uma margem de dez votos contra cinco. Daí o telefonema a Marco Maciel.
Pelo regimento do Senado, a CCJ teria cinco dias para analisar o processo de interrupção do mandato. Mas Renan, agora, corre contra o tempo. Acha que, no plenário do Senado, ganhará a guerra, calando os opositores que desejam passar o seu mandato na lâmina.
No sábado, quando ainda se imaginava que poderia recorrer ao STF contra a modalidade de votação adotada pelo Conselho de Ética –voto aberto, não secreto como ele desejava—, Renan telefonara para Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB. Dissera-lhe que desistira de bater às portas do Supremo.
Magnanimidade? Não. Renan acabara de reunir-se com o ministro Nelson Jobim (Defesa). Ex-presidente do Supremo, Jobim lhe informara que eram ínfimas as chances de êxito no tribunal. Virgílio discou, ainda no sábado, para Agripino Maia, informando acerca da mudança de tom do colega encalacrado.
Para os opositores, longe de denotar força, a súbita pressa de Renan é sinal de debilidade. “Quanto mais o tempo passa, mais ele se desgasta”, diz José Agripino Maia (RN), líder do DEM. “Cresce o número de senadores dispostos a votar em legítima defesa do Senado”.
A tropa de Renan afirma nos subterrâneos que triunfará no plenário com a ajuda dos votos de mais de uma dezena de desertores da oposição, sobretudo do DEM. Agripino dá de ombros: “A suposta fortaleza de Renan está fundada no apoio do governo e da base do governo, que tem o sopro do Planalto. Resta saber até onde vai a disposição para o sacrifício coletivo.”
Responsável pela condução dos processos que pendem sobre os ombros de Renan, o vice-presidente do Senado, Tião Viana, antecipou em uma semana sua previsão de desfecho do Renangate. Na véspera, previra que a guerra do plenário ocorreria em 15 dias. Agora, diante da pressa do próprio acusado, informa que deve incluir o pedido de cassação na pauta de terça-feira (11) da semana que vem.
Depois de conversar com Renan, Marco Maciel tocou para Leomar Quintanilha (PMDB-TO), presidente do Conselho de Ética. Queria ajustar o relógio da CCJ com os ponteiros do conselho. Quintanilha, que também havia recebido um telefonema de Renan, previu que a fatura estaria liquidada até as 13h. E Maciel pré-agendou a reunião da CCJ para as 15h desta quarta.
Em viagem a Pernambuco, Lula foi informado, pelo telefone, dos desdobramentos da crise no Senado. Festejou a perspectiva de desfecho rápido do caso. O governo receia que, arrastando-se, a encrenca termine por intoxicar o debate em torno do projeto que prorroga a CPMF até 2011. Tramita na Câmara, mas logo, logo chegará ao Senado.
O problema é que, confirmando-se a tendência de absolvição no primeiro processo, Renan ainda terá de responder a outras três representações –duas já formuladas e outra por ser protocolada na Mesa diretora do Senado. A sangria tende a ser mais lenta ...
2 comentários:
Marta parabéns soube agora pouco que vc se filiou ao PSTU, e vai ser candidata junto com a Ana Pagamunici a prefeita e vicê, conte comigo amiga e companheira.
Marta, os blogueiros estão indo todos ao PSTU, conta a história direito amiga... Bom feriado...
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