TUCA PUC 1977
EU QUASE QUE NADA SEI. MAS DESCONFIO DE MUITA COISA. GUIMARÃES ROSA.

sábado, 6 de outubro de 2007

Na praça...


Vale a pena ver esse BLOG.

Lorena entrevista pessoas nas calçadas, nas praças.... Esta é de Ilma.
Ilma Rosa
Durante a entrevista e filmagem da cadela Docinha, da última entrevista, perdi o foco da conversa, ou a Conversa em Foco assim que avistei uma senhora dançando a música da Xuxa, que repetia pela décima vez, com intensidade ensurdecedora e, no mínimo irritante.
Pela dança, a senhora parecia bastante animada com o domingo recreativo na praça, ou ainda, deveria gostar bastante de Xuxa...
Lorena: Qual o seu nome?
Senhora: Ilma Rosa de Oliveira
Assim que obtive a resposta, percebi que a animação com a música não era pelo fato de gostar da Xuxa. Ilma parecia um pouco alcoolizada.
Lorena: Quantos anos a senhora tem?
Ilma: Tenho trinta anos.
Lorena: Sempre por aqui na praça?
Ilma: Moro no Siméria.
Parece não ter entendido minha pergunta.
Ilma: Minha mãe morreu e deixou uma casinha lá pra mim.
Lorena: E a senhora mora lá sozinha?
Ilma: Moro com meu menino de dezenove anos.
Lorena: Então você teve filho com onze anos?
Ilma: Nao, tive com...quatorze.Lorena: Então você tem trinta e três?
Ilma começa a rir.
Lorena:A senhora nasceu aqui em Petrópolis?
Ilma: Sim, nasceu todo mundo aqui. Tem ele e tem a menina de dezesseis anos.
Parece estar respondendo a outra pergunta...
Lorena:E a senhora gosta de vir aqui à praça?
Ilma: Eu adoro! Adoro o povo brasileiro.
Lorena: Você sempre vem aqui à praça dançar?
Ilma: Sempre, sempre.
Lorena: O que a senhora faz da vida?
Ilma: Eu sou cinco de fevereiro de sessenta e sete.
Mais uma vez, a reposta não condiz com a pergunta.
Lorena: Fevereiro...
Ilma: Nasci no dia do carnaval, adoro música.
Lorena: Qual a maior loucura que você já fez na sua vida?
Ilma: Nenhuma. Eu prefiro pedir as coisas pros outros. Roubar eu não roubo não, Deus que me livre.
Ilma parece ter levado minha pergunta em outro sentido.
Lorena: Mas a senhora não tem uma historia engraçada pra contar não?
Ilma: Isso aqui foi um tombo que eu levei, estava bêbada.
Mais uma vez, não ouvindo minha pergunta, mostra a enorme cicatriz acima dos lábios. Logo após, uma certa aproximação, no mínimo estranha. Resolvi ir logo.
Lorena: Muito obrigada pela entrevista, até mais!
Ilma: Aqui, vem cá, você não me arruma cinqüenta centavos pra eu tomar um café?
Realmente, preferi não arriscar colocar a mão no bolso. Disse que iria buscar e que voltaria...um dia, quem sabe!

Um comentário:

Anônimo disse...

É espantoso o número de moradores de rua em Maringá, são esquecidos por todos, pelo poder público, pelos lutadores de esquerda(que estão mais ocupados com os trabalhadores com carteira de trabalho por causa da conquista dos sindicatos)

Braziu!

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