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Capitalismo de costas quentes do Blog recém descoberto Catatau
Uma reportagem de Marcos Losekann alguns dias atrás tocou sem querer sobre como opera a relação iniciativa privada x financiamento público, no Brasil. Ele se referia ao sistema de transporte Eurostar, dos trens que ligam a Inglaterra ao continente:
Com mais de 50 quilômetros de extensão, o túnel, que ficou pronto em 1993, custou o equivalente a R$ 25 bilhões. Mas os governos da França e da Grã-Bretanha não investiram quase nada; um consórcio formado por empresas européias pagou a conta e ganhou o direito de explorar o sistema.
Quem lucrou com isso foram os oito milhões de passageiros que, por causa das passagens até 15 % mais baratas, trocaram os aviões pelos trens do Eurostar. Hoje em dia, dois em cada três viajantes entre Londres e Paris ou entre Londres e Bruxelas, preferem os trilhos às asas
Duas coisas "curiosas": as empresas privadas pagaram os custos da obra, e receberem o direito de explorar o sistema; e as passagens trazem vantagens aos usuários, por serem relativamente baratas.
Em outras palavras, se nos fiarmos em Losekann, foi investimento privado para retorno privado, criando um mercado favorável ao investidor e ao consumidor. Não parece algo bem diferente do que ocorre no Brasil, quando ou o governo investe para depois "conceder" à iniciativa privada, ou financia investimentos cujo retorno será todo privado?
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