Enviado por Ricardo Noblat -
deu no correio braziliense
Senado, uma casa terceirizada
Apesar das denúncias de fraudes, principalmente na contratação de mão de obra, os valores dos contratos aumentaram 122% em cinco anos. Só com vigilância privada foram gastos R$ 40 milhões
De Leandro Colon:
Quase meio bilhão de reais na conta das empresas terceirizadas. Tratado com sigilo até hoje, esse foi o montante gasto pelo Senado na locação de mão de obra nos últimos cinco anos, segundo levantamento obtido pelo Correio.
Os dados revelam que não houve qualquer preocupação com a redução deste tipo de serviço, que abre brechas para fraudes e tem sido alvo de investigações da Polícia Federal e do Ministério Público.
Pelo contrário. O crescimento impressiona. O Senado aumentou em 122% os gastos na contratação de empresas terceirizadas, enquanto a inflação no período atingiu uma média de 28%.
Os repasses saltaram de R$ 56 milhões em 2004 para R$ 125 milhões no ano passado. Os pagamentos liberados no período somam R$ 460 milhões.
Nem mesmo a Operação Mão-de-Obra, deflagrada pela PF em 2006 para desmontar uma quadrilha de fraudes em licitações do setor no Senado, intimidou a área administrativa.
Desde aquele ano, 29 empresas do ramo fecharam contrato com a Casa. A campeã foi a Ipanema Serviços Gerais, com R$ 82 milhões recebidos no período. Logo atrás, vem a Aval Empresa de Serviços Especializados, com R$ 56 milhões. Em comum, as duas têm como dono o empresário José Carvalho de Araújo, que chegou a ser preso pela PF em 2006.
A Ipanema é acusada de fraudar as concorrências no Senado, enquanto a Aval é suspeita de empregar parentes de servidores, como alternativa para burlar a decisão judicial contra o nepotismo.
Em julho do ano passado, a Aval teve um terceiro aditivo aprovado para manter até setembro um contrato de R$ 1,4 milhão mensais. Em 2008, o Senado despejou R$ 20 milhões na conta da empresa.
A prorrogação foi assinada pelo então primeiro-secretário, Efraim Morais (DEM-PB). O levantamento dos gastos do Senado inclui toda a gestão de Efraim na Primeira-Secretaria, entre 2005 e 2009, e o último ano, 2004, de Romeu Tuma (PTB-SP).
Ao lado do ex-diretor-geral Agaciel Maia, Efraim é suspeito de irregularidades nessas contratações. Eleito em fevereiro para o cargo, o senador Heráclito Fortes (DEM-PI) já pediu uma auditoria nos contratos do Senado. Por enquanto, não deu mais detalhes.
Assinante do jornal leia mais em: Senado, uma casa terceirizada
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COMENTÁRIO: crise? só para os povo. Não é Sr Heráclito? Sr Sarney? Renan? argh!
Um comentário:
Não posso deixar de incorporar nesse espaço o que acabo de ler em um e-mail que recebi.
Millôr Fernades fez uma desafio para que alguém respondesse qual a diferença entre um político e um ladrão. Obteve uma resposta de um cidadão que disse: A diferença é que um eu escolho e o outro me escolhe". A resposta de Millôr: "Tu és um gênio, achar UMA diferença entre ambos".
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