TUCA PUC 1977
EU QUASE QUE NADA SEI. MAS DESCONFIO DE MUITA COISA. GUIMARÃES ROSA.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Alegria$$$$$$$$$?

Por Joana Lopes, Portugal, Blog Entre as brumas da memória, aqui


Recebi um sms de madrugada, mas virei-me para o outro e readormeci. Uma longa falha de electricidade ao princípio da manhã fez com que só chegasse ao «mundo» quando ele já exultava, feliz, por Bin Laden ter sido (alegadamente…) assassinado, num universo liberto do terror dos dez últimos anos e de todos os fundamentalismos do universo.


Vi dezenas de imagens como a que está ali em cima e fiquei transida: a humanidade está, afinal, pior do que a imaginava, poucas horas antes, quando apaguei este computador. A alegria da vingança é um sentimento que algumas culturas orientais praticam, mas muito má conselheira e perigosa a Ocidente.


A pouco e pouco, fui encontrando ecos ao meu desconforto. Quando li este post do Zé Neves e, sobretudo, um grande texto do Paulo Pinto: Bin Laden: preocupação e esperança. Está lá tudo o que eu gostaria de ter escrito. Num outro tom, José Manuel Pureza veio também ao encontro de muito do que penso, em Nota divulgada no Facebook: «Não, não se fez justiça». (*)


O capítulo que se segue é a telenovela já iniciada com a imagem (mal) trabalhada em photoshop, o cadáver atirado ao mar, em simultâneo com promessas de testes de ADN, etc., etc., etc. Para além de outras parvoeiras e da felicidade (óbvia…) dos mercados.


Um dia terrível, em suma: basta percorrer as capas dos jornais americanos. Hesitei em escrever «Shame on you, Mr. Obama!» - mas já está.


(*) Ao anunciar esta madrugada a morte de Bin Laden, Obama proclamou: “fez-se justiça”. Não fez. Justiça far-se-ia se Bin Laden fosse levado ao Tribunal Penal Internacional para ser julgado por crimes contra a humanidade. Mas de um país que insiste em repudiar a jurisdição do TPI para os seus boys não se podia esperar essa lucidez e essa coragem. E, mais que tudo, a morte de Bin Laden deixa por responder uma série de questões incómodas para quem o matou: a origem da Al Qaeda, as ligações sauditas, a bênção americana inicial. Agora criou-se um mártir. Esta never ending story passa para o difícil capítulo seguinte

Um comentário:

Anônimo disse...

Ah, sim, claro... levá-lo ao tribunal resolveria mts questões...ora, até parece que ele ia dar essas respostas! Além disso, certamente teríamos centenas de vídeos na internet com prisioneiros estrangeiros prestes a serem decapitados caso o "chefão" não fosse solto, ou será que pensam que o grupo dele ficaria de braços cruzados enquanto ele aguardasse o julgamento?!?!? Obviamente, a morte de Osama não irá acabar com o terrorismo, mas certamente mesmo esses que agora criticam os EUA devem ter dado um - ainda que reprimido - sorriso de satisfação! No final das contas, justiça e vingança são a mesma coisa, apenas uma se esconde sob o véu da "vontade de todos". Não sai por aí comemorando o ocorrido, mas tb não lamento nem um pouco.

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