TUCA PUC 1977
EU QUASE QUE NADA SEI. MAS DESCONFIO DE MUITA COISA. GUIMARÃES ROSA.

domingo, 22 de maio de 2011

Moções de Apoio...

Roque Sponholz

Companheiros e Companheiras,

Há mais de um ano a Profª Marta Bellini, da Universidade Estadual de Maringá, vem sofrendo uma implacável perseguição política por parte dos órgãos administrativos da UEM por solicitar a apuração de denúncias de desvio de verbas e privilégio na escolha de bolsas para o PCM - Programa de Pós Graduação Para a Ciência e a Matemática.

Marta Bellini é uma lutadora de nossas fileiras e neste momento precisamos cercá-la de solidariedade. Marta foi vanguarda na greve de 6 meses da UEM (2001-2002), sempre esteve presentes nas lutas políticas de nossa instituição, foi dirigente sindical do SINTEEMAR, sendo um dos primeiros sindicatos do país a romper com a CUT. Atualmente participa da construção de uma oposição sindical à CUT que retornou ao nosso sindicato e sempre atuou e apoiou a construção da CSP-CONLUTAS em nossa região.

Pedimos solidariamente que encaminhem moções de apoio à professora, assim como a exigência de apuração dos fatos denunciados nesta Pós-Graduação.

Abaixo, deixamos como contribuição uma moção de apoio para que possa ser utilizada como modelo.

Atenciosamente,

Bruno Coga, da CSP-CONLUTAS NORTE-PR
Phillip Natal e Alex Raval, da ANEL NORTE-PR

ENCAMINHAR PARA:

martabellini@uol.com.br, com cópia para reitoria@uem.br
****************************************************************************
Moção de Apoio à Prof. Drª Marta Bellini
Pela transparência política

Considerando o recente manifesto escrito pela Profª Doutora Luzia Marta Bellini, expondo sua situação de espera há mais de um ano quanto à analise dos documentos enviados à reitoria e à PPG em 2010 para estudo de suas solicitações acerca de projetos do Programa de Pós-Graduação em Educação para a Ciência e Matemática.

Considerando que os fatos expostos sobre Projeto da Fundação Araucária, Projeto da Capes não são recentes e que nada foi feito, nem pela reitoria da UEM, muito menos pela CAPES e PPG.

Considerando que a maneira silenciosa como a PPG, a Reitoria e o CCE da UEM, conduziram e conduzem este caso, bem como a recente reintegração do Profº Marcos Cesar Danhoni Neves (ex- coordenador do PCM no período que foi solicitada a apuração das irregularidades)

Considerando a ingerência do Pró-reitor de Pesquisa e do Diretor de Pesquisa da PPG sobrepondo-se à Coordenação do PCM

Considerando o histórico exemplar desta professora em sala de aula e na defesa intransigente da Universidade Pública, com mais de 10 livros publicados, 30 artigos e uma pesquisadora renomada em nossa Universidade.

Considerando o apoio que começa aparecer para a apuração dos fatos, vindo de intelectuais de nossa universidade, conselheiros do COU e demais membros de nossa comunidade universitária.

Nós, da ______________________, viemos através desta moção, exigir da reitoria que remeta ao COU a analise dos documentos enviados à Procuradoria Jurídica em 2010, documentos dos professores do PCM, assim como a apuração da política adotada pela PPG e pelo Diretor do CCE para a tomada das decisões até agora encaminhadas.


ABAIXO, O MANIFESTO DIVULGADO PELA PROFESSORA:

Manifesto: quem é quem na história sobre Programa de Pós-Graduação da Universidade Estadual de Maringá
Caros colegas do PCM e outros setores da UEM,
Depois de quarenta anos de ditadura, de 25 anos lecionando na Universidade Estadual de Maringá, os acontecimentos de 2010 e 2011 acerca do PCM, nos levaram a viver, eu e meus colegas, uma situação de ditadura militar sem por nem tirar. Só que não estamos submetidos aos instrumentos de tortura como choques elétricos no corpo, nos órgãos genitais, aos costumeiros afogamentos e pauladas literais. Esses foram substituídos pela silenciosidade administrativa, pelo escárnio, pela indiferença, pelo desrespeito. Pauladas simbólicas. Choques simbólicos. ESCÁRNIO PURO!
O professor Valdeni Soliano Franco, coordenador do PCM, teve que tolerar a desgraça maior a que um intelectual de seu porte assistiu: suspensão por 30 dias em março de 2011, mediante um documento que caiu em seu nariz sem sequer ter sido avisado da medida prevista em Resolução N. 557/2000-CAD. O interventor, Pró-reitor da PPG, sequer conversou conosco, professores que estávamos dando aulas. Não o vi no PCM. Nada nos perguntou, ou seja, anos, nada perguntou aos docentes que estavam trabalhando no PCM. Não nos deu segurança profissional ou moral. Descaso com os docentes que, nesse ano de 2011, estão dando aulas e orientando e publicando.
Enquanto um grupo de professores trabalhava, outro grupo de sete professoras fazia lock out. Explicando: expressão inglesa para greve por determinação do empregador, que, visando exercer pressões sobre os trabalhadores, utiliza do seu poder para frustrar negociação coletiva ou dificultar o atendimento das reivindicações coletivas.
Nada se compara a isso. Atendeu-se o grupo que fez lock out. O que queria o grupo? Impor a volta de um professor, desligado do Programa de Pós pelo conselho, por falta administrativa. O documento das professoras pedia ao reitor da UEM sindicância para os professores Luzia Marta Bellini e Valdeni Soliani Franco que, eufemisticamente, foi chamado sindicância para o PCM nos anos de 2009 e 2010, quando fui coordenadora e depois o professor Valdeni Soliani Franco.
Para quê essa sindicância? Por que nós éramos, segundo as professoras do lock out, “comandantes” do PCM e elas, as “comandadas”, de acordo com o documento que estas depositaram no setor jurídico da Reitoria da Universidade. MAS, as professoras “comandadas”, para serem atendidas pela Reitoria e Pró-reitoria de Pesquisa da UEM, deixaram de dar aulas e orientar por seis meses. Os “comandantes” levaram a pós-graduação sozinhos. Sozinhos, mas levando o PCM pela força intelectual, pela motivação moral, pela delicadeza com os alunos, pela esperança da boa formação e pela responsabilidade com o ensino e pesquisa. E, nós, é que somos os “comandantes”! Não seria melhor, nos chamar de otários?
Felizmente, a comissão de sindicância terminou no prazo legal, dentro dos trâmites legais e indiciou dez professores. Creio que, inclusive que eu e ao professor Valdeni fomos indiciados. Mas, se temos dez, então, há mais docentes da Universidade indiciados. Estamos à espera do relatório da comissão. Exigimos transparência desse relatório.
Os professores “comandantes” continuaram a trabalhar. Deram aulas, atenderam grupos de pesquisa, ajudaram alunos a escrever relatórios e artigos para eventos do segundo semestre de 2011, e mais: suportaram o silêncio da PPG, de seu Pró-reitor e de seu Diretor de Pesquisa como cordeiros. Pois bem: esses cordeiros estão sendo imolados. Depois de terem trabalhado quietos, uma comissão da CAPES vem à UEM/PPG, na surdina da semana – aqui, também, é bom que se diga, que a coordenação do PCM não foi avisada do dia em que esta viria à UEM, de sua composição. Nesse dia, as dez e meia horas da sexta-feira, dia 06/05/2011, saindo de uma banca de apresentação de projetos do Colóquio do PCM, o coordenador do PCM, professor Valdeni Soliani Franco, é chamado pela Pró-reitoria para ter conhecimento de que o relato sobre o credenciamento dos professores ficaria pronto naquele dia.
Foi o último que soube da vinda dos relatores na hierarquia administrativa da UEM. Nós, professores “comandantes” tivemos conhecimento do relatório da comissão enviada pela Capes na terça-feira a tarde quando íamos dar aulas. Na sala de aula, da terça-feira, as orientandas das professoras “comandadas” já conheciam o conteúdo do relatório sem antes terem ido conversar com o coordenador do PCM, professor Valdeni Soliani Franco. O Comandante Valdeni seria um fantoche? Não! Digo. Foi um professor decente; atendeu aos pedidos da administração da Universidade e, mesmo assim, ficou como um enfeite na administração do PCM. Democracia? Conselho coletivo? O que é isso?
A administração da PPG e da reitoria, e do Centro de Ciências Exatas, desde 2010, quando eu, como coordenadora do PCM enviei documentos do PCM para análise e parecer dos problemas desse pós, fez o que não se comete: guardou os documentos.
A omissão do Diretor de Pesquisa, PPG, da UEM foi escandalosa do meu ponto de vista. A omissão começou com o ex – pró-reitor. Recebeu os documentos e o pôs na gaveta porque eu não havia enviado por protocolo. Ponto de exclamação aqui. ! O atual pró-reitor chamou, informalmente, a aluna Marlova Caldatto, de doutorado do PCM, para perguntar, em sua sala, a sós, como estava o programa. Ora, que ética temos aqui. Por que o professor Valdeni Soliani Franco foi deixado às moscas pela administração? “Comandante” Valdeni, responda-me, por favor!
O primeiro relatório da CAPES, enviado em março de 2011, com quatro meses de atraso, é outro tema digno de filme de terror na época da ditadura militar no Brasil. Os professores enviados, professores Angotti e Mattedi, estabeleceram uma visita e depoimentos dos professores durante a crise do PCM, anteriormente à sua vinda à UEM. Quando cheguei à PPG para dar meu depoimento, na hora marcada, em 28 de outubro de 2010, esperei cerca de quarenta minutos e saíram da sala do pró-reitor, o diretor do centro em que o pós está lotado, o diretor de pesquisa e o pró-reitor. O Diretor de centro perguntou-me: “está bem, professora Marta?”. Eu disse não. A resposta: “mas se Deus quiser, tudo dará certo”. Esqueci-me de perguntar: “Que Deus e a quem daria certo”. Conversa administrativa com Deus na hierarquia.
Na sala de depoimento da PPG fui submetida a muitas perguntas e levei cinco quilos de documentos. Uma pergunta do Professor Angotti deu-me a certeza de que ele tinha informações anteriores a meu depoimento sobre mim. Perguntou-me o professor: “a senhora trabalhou 15 anos na Pós-Graduação da Ecologia, não? Por que saiu de lá?”
DOIS ERROS DO professor ou de quem lhe deu a “informação”. EU NÃO TRABALHEI 15 ANOS NA ECOLOGIA. Trabalhei doze. EU NÃO SAI DA PÓS EM ECOLOGIA. Aí, o professor Angotti se traiu. Ele, realmente, tinha informações sobre a minha vida profissional. Erradas, é claro. Quem as deu? Perguntei isso a ele por email. Não respondeu. Perguntei ao coordenador da área da Capes, professor Nardi. Ele não respondeu. Perguntei ao Diretor de Pesquisa da UEM. Por fim, depois de perguntar muito, por email e receber a resposta: “se eu fosse a senhora parava de enviar esses emails”, soube, pelo diretor de pesquisa, por email, documento portanto, que a comissão tinha vindo à UEM com todas as informações … da UEM (conforme email documental de 2010).
O relatório chegou em março de 2011. Havia sido prometido pela comissão em trinta dias. Como não vinha o relatório foi solicitado pelo pró-reitor atual. Chegou um relatório “imparcial”. Vejamos a imparcialidade:
- o Professor Angotti é colega próximo do professor desligado do PCM, em pauta na crise do PCM. Colegas de área, inclusive. O professor Angotti trocou emails com o professor desligado do programa sobre um projeto da Capes que seria aprovado para o PCM em 2008/2009.
- o professor Angotti e o professor Mattedi – representantes da Capes – escrevem que não analisaram os documentos, por mim fornecidos, que orientavam – cronologicamente e com dados – os problemas do PCM.
Fizeram um relatório com base subjetiva, bem “adequado” à realidade de quem trabalha com PESQUISA EM ENSINO DE CIÊNCIAS. EMPIRICAMENTE, anotaram suas percepções. Que HUME os tenha em boa conta. E mesmo sabendo dos limites do empirismo, fizeram o relatório.
Frases colhidas ou pérolas coletadas do relatório:
- “a coordenadora estava com os olhos vermelhos”. O que isso quer dizer? Eu estava chorando? Não tinha dormido a noite anterior? Estava com problemas clínicos nos olhos? TODO PESQUISADOR precisa fazer inferências com bases mais sólidas. Não fizeram.
- “fomos bem recebidos pela administração da UEM, [...] hotéis bons, almoços … inclusive o reitor nos levou de carro [...]. O que falar quer dizer? Os administradores da UEM estavam sendo respeitosos ou submissos à comissão? Vi ambigüidade nessas frases. E quanta cientificidade!
Nos depoimentos não tivemos ATAS, nem gravações, nada dentro de trâmites legalizados
. A peça foi montada com base nas sensações, nas percepções, enfim, nos sentidos dos professores da comissão. Nada que o filósofo LOCKE pudesse por defeito. E na era de Einstein. E… na área de CIÊNCIAS! E do ponto de vista jurídico SEM VALOR ALGUM.
Há mais pérolas para mostrar. Termino, ainda, a análise do objetivo relatório.
Agora, em 11 de maio de 2011, depois de um ano e meio, vem mais uma comissão, de colegas do professor desligado do PCM, recredencia-o, PASSANDO POR CIMA, MAIS UMA VEZ DA AUTONOMIA DO PCM, fantochizando o coordenador professor Valdeni Soliani Franco. Além disso, descredencia professores recém chegados no PCM, quatro deles dando disciplinas nas lacunas abandonadas pelas professoras em greve, as “comandadas”. Quanta ética! Professores, em sala de aula, colaborando com o PCM e os alunos para dar disciplinas abandonadas pelas grevistas comandadas, são chamados pelo diretor de pesquisa da PPG/UEM para assinarem um documento dizendo que saiam do pós por vontade própria. Quanto zelo pelos alunos e quanto RESPEITO pelos professores comandantes!
OUSO DIZER: O PCM FOI E ESTÁ SENDO COMANDADO (para usar a metáfora das SETE professoras em lock out) PELA PPG E, QUIÇA, PELA DIRETORIA DO CCE. Nada está sendo permitido àqueles que trabalharam – DENTRO DA LEI E REGRAS INSTITUCIONAIS – no programa de pós-graduação.
E os alunos do PCM?
Estão, disseram alguns, decepcionados com a Universidade Estadual de Maringá. Querem parar o curso, não pela orientação dos professores “comandados”, mas pelo descaso do reitor e dos administradores da PPG em relação ao Curso. Se ficarem aqui, na UEM, nessa lenga-lenga, nesse silêncio, nessa instabilidade administrativa e emocional, não conseguirão, dizem, fazer um bom trabalho de dissertação e tese. Eu não tenho mais ilusões. Não me vejo trabalhando nessas circunstâncias e nem posso jogar-me numa luta em que os outros jogam num campo obscuro. Creio que os alunos devem mesmo procurar suas saídas. Para outras instituições? Não sei.
Sei que, como professora doutora, com mais de dez livros publicados, mais de 30 artigos, mais de 30 orientandos em todos os níveis, dando aulas e pesquisando:
- Não ACATO tanto desrespeito, tanta incerteza e fragilidade na política pública da UEM.
- Não aceito negociar princípios.
- Não aceito o adjetivo de “justiceira” a mim imputado pela ex-vice-diretora do CCE, em reunião de Conselho Interdepartamental, tentando me desqualificar diante dos colegas professores e usando seu poder de vice-diretora.
- Não aceito o substantivo comandante dado pelas sete professoras que fazem lock out , das sete “comandadas” que abandonaram o programa sem avisar o coordenador, que fizeram a política dos coronéis, só se remeteram à PPG e à reitoria passando por cima dos órgãos decisivos do PCM e da UEM.
Por que não foram ao Conselho de Ensino e Extensão? Ou ao Conselho Universitário? Não! Foram procurar o chefe maior da Universidade. Pergunto novamente: democracia? As sete professoras não precisavam ir ao órgão colegiado da pós-graduação, se a desconfiança era tão grande, mas poderiam e podem ir ao Conselho Universitário nos denunciar à voz coletiva maior da Universidade. Não temos nada a temer.
MINHA PROPOSTA FINAL:
TRANSPARÊNCIA! DEMOCRACIA! QUE O CONSELHO UNIVERSITÁRIO – que tem força política pública maior do que o reitor – faça a análise de todos os documentos, de todos os docentes do PCM – e que a política miúda da PPG e de seu Diretor de Pesquisa, seja também revista à luz dos conselheiros da Universidade Estadual de Maringá.
Maringá, 12 de maio de 2011
Professora doutora Luzia Marta Bellini

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