TUCA PUC 1977
EU QUASE QUE NADA SEI. MAS DESCONFIO DE MUITA COISA. GUIMARÃES ROSA.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Eu tenho o puder (aspas)...



Ontem assisti à palestra de Laurindo Leal Filho. Veio à Universidade Estadual de Maringá para a aula inaugural do Curso de Comunicação e Multimeios, primeira turma. Fazia tempo que não ouvia um discurso mais a esquerda. Mais crítico. Na mesa, o professor que representava o Reitor convocou os alunos à pesquisa. Certo. Esqueceu de falar do engajamento dos alunos à extensão. Em nome da pesquisa produtiva (aspas), a extensão vai pro brejo. Hoje encapsulamos os alunos nas salas de pesquisa. Que vida social, que nada!


A Aula inugural foi excelente. Lalo lembrou que a Universidade é um espaço crítico. Lembrou, eu disse. Lembranças. Eu não disse nada. A aula era para os jovens do Curso de Comunicação. Fiquei na minha. A Universidade deixou de ser um espaço crítico. Faz tempo. Hoje a Universidade pública é espaço da produção. A geração mais velha também aderiu ao produtivismo e leva o jovem a ter sonhos rasos. Sonhos baixos: um Lattes com muitos artigos, vários capitulos (escritos sem muito pensar, sem muito estudar), ter um emprego público, uma família, estabilidade e aposentadoria.... Passear no Parque do Ingá, dar pipocas aos macacos, ir ao cinema no Shoppping aos domingos....


Sonhos assim: para subir na carreira, publicar com colegas do mesmo grupo, por os nomes de todos os colegas do grupo, fazer um discurso de esquerda (na educação usando e abusando de teorias marxistas), para ficar de bem com todos os grupos e frentes, aprendemos a discursar para não desagradar ninguém.... Não grite, não desafie o status quo, não brigue... Se puder diga sim a todo mundo. Talvez passe no concurso com a banca seleta. Afinal, um jogo hipócrita ajuda a sobrevivência do mais apto, do mais esperto.


No final ensinamos os jovens a serem hipócritas. Como hienas que riem dos ideais, levamos nossos alunos aos eventos cheios de artifícios para defender textos sem cheiro. Textos vazios. Pó.


Murchamos uma geração inteira com a promessa de que a neutralidade existe; com essa neutralidade conversamos com fascistas sem brigar... adoramos o totem ANAIS, revistas e livros. Pó.



Braziu!

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