Boilesen: um civil financiando a tortura
Ontem, assisti ao documentário Cidadão Boilesen no Canal Brasil. CANAL BRASIL, nome sugestivo para ver esse filme. Mostra algo que poucos conhecem: um civil, gerente da ULTRAGAZ no Brasil, dinamarquês. E SÁDICO. Quem quiser conhecer o que a psicanálise chama de perversidade é mais um documentário sobre a época militar no Brasil para ver o Cidadão Boilesen. Com entrevistas dos militantes de esquerda, de Jarbas passarinho, Paulo Egydio (filho), entre outros temos reconstituiçõesdo episódio em que um CIVIL , o BOILESEN, financiou a tortura da OBAN - Operação Bandeirantes - e mais: assistia às sessões de torturas.
É uma pena que esse filme fique restrito a quem paga a TV. O filme ganhou o Festival É TUDO VERDADE EM 2009. Nos cinemas ficou exibido em paenas uma sala.
Vejam o texto do Portal Terra, de Alexandre Xavier:
O filme disseca a trajetória de Henning Boilesen, o mais ferrenho financiador da Oban (a operação caça-terrorista montada pelo exército brasileiro). O dinamarquês Boilesen era o presidente do Grupo Ultra (da Ultragaz) durante a ditadura militar e é dono de uma história sádica surpreendente.
Mais do que contar esta história, Cidadão Boilesen deixa patente com entrevistas importantes, reconstituições inéditas e o resgate de um rico acervo, que a ditadura militar brasileira foi mesmo uma ditadura civil/militar. E que muito dos que a financiaram estão impunes por aí.
Cidadão Boilesen é fruto de 16 anos de trabalho do diretor Chaim Litewski. E com exceção da trilha original e de uma certa patinada na edição na primeira parte do filme, é uma obra coberta de méritos.
Uma curiosidade: FHC, o sociólogo no poleiro
Cidadão Boilesen, veja só, trouxe Fernando Henrique Cardoso de volta às origens. "FHC disse certa vez para esquecerem seu passado como sociólogo; um dos méritos deste filme é que ele resgata o sociólogo FHC" - frase dita por Carlos Eugênio Vaz, um dos militantes presentes na emboscada a Henning Boilesen em 1971, no debate da pré-estréia do filme.
No documentário, porém, você verá numa entrelinha que FHC está mesmo no presente. Após criticar a promíscua relação entre a elite nativa e os militares no poder, ele afirma: "A Oban foi um órgão mais ou menos clandestino". Mais ou menos, meu? Me chamou a atenção que, em meio a depoimentos lúcidos e didáticos, ele conseguiu, como bem diria José Simão, "tucanar" a clandestinidade.
O filme está coberto de boas entrevistas. Não perca.
Em cartaz apenas aqui no Reserva Cultural. (Sinal dos tempos que Lua Nova, o blockbuster teen de vampiros semi-virgens, esteja em cartaz em tudo o quanto é canto?).
Ontem, assisti ao documentário Cidadão Boilesen no Canal Brasil. CANAL BRASIL, nome sugestivo para ver esse filme. Mostra algo que poucos conhecem: um civil, gerente da ULTRAGAZ no Brasil, dinamarquês. E SÁDICO. Quem quiser conhecer o que a psicanálise chama de perversidade é mais um documentário sobre a época militar no Brasil para ver o Cidadão Boilesen. Com entrevistas dos militantes de esquerda, de Jarbas passarinho, Paulo Egydio (filho), entre outros temos reconstituiçõesdo episódio em que um CIVIL , o BOILESEN, financiou a tortura da OBAN - Operação Bandeirantes - e mais: assistia às sessões de torturas.
É uma pena que esse filme fique restrito a quem paga a TV. O filme ganhou o Festival É TUDO VERDADE EM 2009. Nos cinemas ficou exibido em paenas uma sala.
Vejam o texto do Portal Terra, de Alexandre Xavier:
O filme disseca a trajetória de Henning Boilesen, o mais ferrenho financiador da Oban (a operação caça-terrorista montada pelo exército brasileiro). O dinamarquês Boilesen era o presidente do Grupo Ultra (da Ultragaz) durante a ditadura militar e é dono de uma história sádica surpreendente.
Mais do que contar esta história, Cidadão Boilesen deixa patente com entrevistas importantes, reconstituições inéditas e o resgate de um rico acervo, que a ditadura militar brasileira foi mesmo uma ditadura civil/militar. E que muito dos que a financiaram estão impunes por aí.
Cidadão Boilesen é fruto de 16 anos de trabalho do diretor Chaim Litewski. E com exceção da trilha original e de uma certa patinada na edição na primeira parte do filme, é uma obra coberta de méritos.
Uma curiosidade: FHC, o sociólogo no poleiro
Cidadão Boilesen, veja só, trouxe Fernando Henrique Cardoso de volta às origens. "FHC disse certa vez para esquecerem seu passado como sociólogo; um dos méritos deste filme é que ele resgata o sociólogo FHC" - frase dita por Carlos Eugênio Vaz, um dos militantes presentes na emboscada a Henning Boilesen em 1971, no debate da pré-estréia do filme.
No documentário, porém, você verá numa entrelinha que FHC está mesmo no presente. Após criticar a promíscua relação entre a elite nativa e os militares no poder, ele afirma: "A Oban foi um órgão mais ou menos clandestino". Mais ou menos, meu? Me chamou a atenção que, em meio a depoimentos lúcidos e didáticos, ele conseguiu, como bem diria José Simão, "tucanar" a clandestinidade.
O filme está coberto de boas entrevistas. Não perca.
Em cartaz apenas aqui no Reserva Cultural. (Sinal dos tempos que Lua Nova, o blockbuster teen de vampiros semi-virgens, esteja em cartaz em tudo o quanto é canto?).
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QUEM FOI?
Henning Albert Boilesen (Copenhague, 1916 - São Paulo, 15 de abril de 1971) foi um empresário dinamarquês radicado no Brasil, presidente da Ultragás, e acusado por militantes de esquerda de ser um dos financiadores da Operação Bandeirante, de ensinar torturas e de ser agente da CIA.
Foi assassinado por militantes do MRT e da Ação Libertadora Nacional (ALN) em 15 de abril de 1971, na cidade de São Paulo, SP.
Boilesen, foi um dos primeiros grandes empresários a financiar o aparato político-militar da repressão brasileiro, que torturou e matou em São Paulo, por meio da Operação Bandeirante (OBAN), que viria a ser o embrião do modus operandi dos DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informações-Coordenação de Defesa Interna).
Presidente do grupo Ultra, Boilesen foi executado a tiros por guerrilheiros urbanos de duas organizações de esquerda, em 1971, em São Paulo. Seus executores o escolheram como exemplo para um "justiçamento" acusando-o de que, além de ajudar no financiamento da repressão, também assistia a sessões de tortura de presos políticos e gozava da intimidade dos agentes de segurança, havendo até um instrumento de tortura com o nome de pianola Boilesen, numa homenagem ao empresário que trouxe do exterior esta máquina de eletro-choque acionada por teclado.
O documentário Cidadão Boilesen de Chaim Litewski, montado por Pedro Asbeg, conta a história do empresário.[1] A partir da trajetória de Boilesen, um cidadão marcado pelas ambiguidades e paradoxos típicos dos seres humanos, o filme vai até a Dinamarca, visita os arquivos de histórico escolar da escola onde Boilesen estudou quando criança e adolescente no início do século passado;
Além de entrevistar amigos, colaboradores civis e militares do empresário, o filho mais velho deste, o cônsul americano em São Paulo à época dos acontecimentos e um dos guerrilheiros que participaram da morte de Boilesen.
Contém ainda depoimentos de figuras como o ex-Presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso, o ex-governador de São Paulo Paulo Egídio Martins, Erasmo Dias e do cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, entre outros personagens importantes da época. O filme debate fartamente o hábito do empresário de assistir as sessões de tortura.
QUEM FOI?
Henning Albert Boilesen (Copenhague, 1916 - São Paulo, 15 de abril de 1971) foi um empresário dinamarquês radicado no Brasil, presidente da Ultragás, e acusado por militantes de esquerda de ser um dos financiadores da Operação Bandeirante, de ensinar torturas e de ser agente da CIA.
Foi assassinado por militantes do MRT e da Ação Libertadora Nacional (ALN) em 15 de abril de 1971, na cidade de São Paulo, SP.
Boilesen, foi um dos primeiros grandes empresários a financiar o aparato político-militar da repressão brasileiro, que torturou e matou em São Paulo, por meio da Operação Bandeirante (OBAN), que viria a ser o embrião do modus operandi dos DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informações-Coordenação de Defesa Interna).
Presidente do grupo Ultra, Boilesen foi executado a tiros por guerrilheiros urbanos de duas organizações de esquerda, em 1971, em São Paulo. Seus executores o escolheram como exemplo para um "justiçamento" acusando-o de que, além de ajudar no financiamento da repressão, também assistia a sessões de tortura de presos políticos e gozava da intimidade dos agentes de segurança, havendo até um instrumento de tortura com o nome de pianola Boilesen, numa homenagem ao empresário que trouxe do exterior esta máquina de eletro-choque acionada por teclado.
O documentário Cidadão Boilesen de Chaim Litewski, montado por Pedro Asbeg, conta a história do empresário.[1] A partir da trajetória de Boilesen, um cidadão marcado pelas ambiguidades e paradoxos típicos dos seres humanos, o filme vai até a Dinamarca, visita os arquivos de histórico escolar da escola onde Boilesen estudou quando criança e adolescente no início do século passado;
Além de entrevistar amigos, colaboradores civis e militares do empresário, o filho mais velho deste, o cônsul americano em São Paulo à época dos acontecimentos e um dos guerrilheiros que participaram da morte de Boilesen.
Contém ainda depoimentos de figuras como o ex-Presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso, o ex-governador de São Paulo Paulo Egídio Martins, Erasmo Dias e do cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, entre outros personagens importantes da época. O filme debate fartamente o hábito do empresário de assistir as sessões de tortura.
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IMPORTANTE:
Mostrando a maior coerência que conheço D. PAULO ARNS negou-se a fazer a missa de sétimo dia para Boilesen. Fez uma missa para a PAZ no lugar de rezar para um sádico que adorava ver homens e mulheres nuas levando choques em todo corpo, sobretudo nos órgãos genitais. D. PAULO EVARISTO ARNS era do tempo em que o gado comia o capim e não o capim comia o gado.
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