TUCA PUC 1977
EU QUASE QUE NADA SEI. MAS DESCONFIO DE MUITA COISA. GUIMARÃES ROSA.

segunda-feira, 9 de maio de 2011



O rio


por Adelina Khul, de Maringá, formada em Ciências Biológicas e poetisa....

“Pra tudo existe um porquê.” Ouvi essa frase pela primeira vez quando estava na escola. Desde então tenho procurado os porquês. Cresci conseguindo achar respostas para alguns, mas outros persistem como tosse chata. Por mais que eu me esforce tem uns porquês de temperamento difícil, de vocação ruim. Tenho pensado se nosso desentendimento possa vir a ser um dia entendimento. Levantei algumas hipóteses sobre o porque do nosso relacionamento conturbado. Hipótese 1: Nos apaixonamos a primeira vista. Nosso amor permaneceu sólido por longo tempo, até que me dei conta da sua instabilidade. Só não te larguei ainda por medo. Hipótese 2: Nosso amor na verdade nunca foi amor. Foi paixão besta. Pelo menos pra mim. Já você, amou, e até hoje não consegue se desvincular do que fomos, e por isso me aborrece com freqüência. Hipótese 3: Nosso amor tem um que de ódio e paixão. Brigamos sempre, mas nos mantemos unidos por nossa relação carnal, de pele. Eu nunca resisto a você. Hipótese 4: Você é muito diferente de mim. Não entendo a maioria das suas atitudes. Mas preciso da sua companhia. Me sinto perdida sem sua presença. Tenho quês de suicídio. Hipótese 5: Nosso amor é proibido. Ninguém vê com bons olhos. Ando cansada das pressões externas. Estou quase desistindo de nós, e magoado, você tem jogado coisas na minha cara há algum tempo. Bom, acho que é isso. Cinco hipóteses. O pior de tudo é que me dei conta depois que essa baboseira não valeu de nada, só pra deixar o texto mais bonito. Descobri a resposta nas palavras de um senhor simples que tinha uma casinha na beira do rio. Ele disse o seguinte: “Olha Dona, na minha opinião os moço que estuda demais esquece do mundo que tá em volta deles. Procura porquê demais nas coisa. Tenho pra mim que umas coisa na vida você tem que aceitá. O que eu gosto mesmo moça, é vê o rio corrê.” Naquele momento o senhor voltou os olhos para o rio. Eu também.

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