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Justiça da Argentina condena militares da ditadura à prisão perpétua
Em Buenos Aires
•Médico que 'sumiu' com bebês na ditadura será extraditado para Argentina
•Exame de DNA de herdeiros do Clarín com vítimas da ditadura dá negativo
A Justiça argentina sentenciou nesta quinta-feira à prisão perpétua um general e um coronel da ditadura (1976-1983) por crimes no centro de tortura por onde passaram o escritor Haroldo Conti, o roteirista Héctor Oesterheld, a alemã Elisabeth K'semann e os franceses Françoise Dauthier e Juan Soler, constatou a AFP.
O ex-general Héctor Gamen, 84 anos, e o ex-coronel Hugo Pascarelli, 81, foram "condenados a pena de prisão perpétua por homicídio qualificado, privação ilegítima da liberdade e tortura" no centro clandestino "El Vesubio".
O coronel Pedro Durán Sáenz, quem comandou esse centro clandestino durante a ditadura (1976/83), faleceu em junho, no meio do julgamento.
O julgamento foi aberto em fevereiro de 2010 e diz respeito a 156 crimes, entre eles 17 fuzilamentos.
Por "El Vesubio" passaram 2.500 prisioneiros, entre 1976 e 1978, quando o centro foi demolido, ante a iminente chegada da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).
O governo alemão, representado pelo advogado argentino Pablo Jacobi, apresentou-se como querelante pelo caso K'semann, pedindo prisão perpétua para os dois militares.
K'semann, uma socióloga de 30 anos, nascida em Gelsenkirchen, filha do professor universitário e teólogo luterano Ernst K'semann, foi sequestrada em 1977 e esteve 8 semanas desaparecida até aparecer crivada de balas num terreno baldio, junto com outros 15 prisioneiros de "El Vesubio".
A secretaria de Direitos Humanos e outros querelantes pediram que esses crimes sejam considerados "parte de um genocídio".
O escritor Haroldo Conti, o cineasta Raimundo Gleyzer e o roteirista Héctor Oesterheld, que também tevem quatro filhas desaparecidas, foram vistos nesse campo, assim como Françoise Dauthier e Juan Soler, dois dos 18 franceses vítimas da ditadura.
Dauthier, nascida em 1946 na França, foi levada de sua casa, na periferia sul de Buenos Aires e trasladada a "El Vesubio" com suas duas filhas menores, Natalia e Clarisa Martínez, de 18 meses e 3 anos, entregues depois aos avós.
Soler, um ex-sacerdote e operário da construção civil, tinha 42 anos quando foi sequestrado em sua casa, em abril de 1977.
"Estávamos todos machucados, sujos, esfarrapados e mortos de fome. No dia 23 de maio (de 1977) nos chamaram um a um e nos levaram à cozinha (...) Foi a última vez que os vi", disse Elena Alfaro, uma das 75 sobreviventes do campo, ao prestar depoimento por videoconferência, a partir de Paris.
Como em muitos outros centros de extermínio, também lá houve mulheres grávidas que deram à luz em cativeiro antes de desaparecerem, como María Trotta e Rosa Taranto, cujos filhos roubados ao nascer recuperaram a identidade em 2007 e 2008, respectivamente.
"El Vesubio" funcionou num prédio da SPF na periferia sudoeste de Buenos Aires, na jurisdição do Primeiro Comando do Exército, do temido general Carlos Suárez Mason, já falecido.
A causa foi reaberta em 2003, depois que o Congresso anulou as leis de anistia de 1986 e 1987.
Cerca de 30.000 pessoas desapareceram durante a ditadura, segundo organismos humanitários.
Justiça da Argentina condena militares da ditadura à prisão perpétua
Em Buenos Aires
•Médico que 'sumiu' com bebês na ditadura será extraditado para Argentina
•Exame de DNA de herdeiros do Clarín com vítimas da ditadura dá negativo
A Justiça argentina sentenciou nesta quinta-feira à prisão perpétua um general e um coronel da ditadura (1976-1983) por crimes no centro de tortura por onde passaram o escritor Haroldo Conti, o roteirista Héctor Oesterheld, a alemã Elisabeth K'semann e os franceses Françoise Dauthier e Juan Soler, constatou a AFP.
O ex-general Héctor Gamen, 84 anos, e o ex-coronel Hugo Pascarelli, 81, foram "condenados a pena de prisão perpétua por homicídio qualificado, privação ilegítima da liberdade e tortura" no centro clandestino "El Vesubio".
O coronel Pedro Durán Sáenz, quem comandou esse centro clandestino durante a ditadura (1976/83), faleceu em junho, no meio do julgamento.
O julgamento foi aberto em fevereiro de 2010 e diz respeito a 156 crimes, entre eles 17 fuzilamentos.
Por "El Vesubio" passaram 2.500 prisioneiros, entre 1976 e 1978, quando o centro foi demolido, ante a iminente chegada da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).
O governo alemão, representado pelo advogado argentino Pablo Jacobi, apresentou-se como querelante pelo caso K'semann, pedindo prisão perpétua para os dois militares.
K'semann, uma socióloga de 30 anos, nascida em Gelsenkirchen, filha do professor universitário e teólogo luterano Ernst K'semann, foi sequestrada em 1977 e esteve 8 semanas desaparecida até aparecer crivada de balas num terreno baldio, junto com outros 15 prisioneiros de "El Vesubio".
A secretaria de Direitos Humanos e outros querelantes pediram que esses crimes sejam considerados "parte de um genocídio".
O escritor Haroldo Conti, o cineasta Raimundo Gleyzer e o roteirista Héctor Oesterheld, que também tevem quatro filhas desaparecidas, foram vistos nesse campo, assim como Françoise Dauthier e Juan Soler, dois dos 18 franceses vítimas da ditadura.
Dauthier, nascida em 1946 na França, foi levada de sua casa, na periferia sul de Buenos Aires e trasladada a "El Vesubio" com suas duas filhas menores, Natalia e Clarisa Martínez, de 18 meses e 3 anos, entregues depois aos avós.
Soler, um ex-sacerdote e operário da construção civil, tinha 42 anos quando foi sequestrado em sua casa, em abril de 1977.
"Estávamos todos machucados, sujos, esfarrapados e mortos de fome. No dia 23 de maio (de 1977) nos chamaram um a um e nos levaram à cozinha (...) Foi a última vez que os vi", disse Elena Alfaro, uma das 75 sobreviventes do campo, ao prestar depoimento por videoconferência, a partir de Paris.
Como em muitos outros centros de extermínio, também lá houve mulheres grávidas que deram à luz em cativeiro antes de desaparecerem, como María Trotta e Rosa Taranto, cujos filhos roubados ao nascer recuperaram a identidade em 2007 e 2008, respectivamente.
"El Vesubio" funcionou num prédio da SPF na periferia sudoeste de Buenos Aires, na jurisdição do Primeiro Comando do Exército, do temido general Carlos Suárez Mason, já falecido.
A causa foi reaberta em 2003, depois que o Congresso anulou as leis de anistia de 1986 e 1987.
Cerca de 30.000 pessoas desapareceram durante a ditadura, segundo organismos humanitários.
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