Susan
Termino de ler o livro de SUSAN SONTAG, A doença como metáfora. Aids e suas metáforas, da Cia das Letras, Cia de Bolso, 2007.
Magnífica reflexão sobre as doenças e suas metáforas que criam pânico, culpa, resignação, vergonha, ódio nos doentes e naqueles que estão em seu redor. Cito a primeira página (p.11) do livro:
A DOENÇA É A ZONA NOTURNA DA VIDA, uma cidadania mais onerosa. Todos que nascem têm dupla cidadania, no reino dos sãos e no reino dos doentes. Apesar de nos referirmos só usar o passaporte bom, cedo ou mais tarde nos vemos obrigados, pelo menos por um período, a nos identificarmos como cidadãos de outro lugar.
Quero analisar não como é de fato emigrar para o reino dos doentes e lá viver, mas as fantasias sentimentais ou punitivas engendradas em torno dessa situação: não se trata da geografia real, mas dos esteriótipos do caráter nacional. Meu tema não é a doença em si, mas os usos da doença como figura ou metáfora. Minha tese é a de que a doença NÃO é uma metáfora e que a maneira mais fidedigna de encarar a doença - é aquela mais expurgada do pnesamneto metafórico e mais resisitente a ele. Porém é quase impossivel fixar residência no reino dos doentes sem ter sido previamente influenciado pelas metáforas lúgubres com que esse reino foi pintado. Dedico esta investigação a uma elucidação de tais metáforas e à libertação de seu jugo.
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