Na Maringay!

Texto para a coluna "esporádica" no Maringay.com
Sobre Gays e Religião
por Luiz Modesto da Má-ringa

Deus não existe! – opinião minha e de mais alguns tantos, gays ou não… (nada contra quem crê… não dizem que futebol e religião não se discute, então, a prosa podia ser a mesma com relação a orientação sexual, né verdade?)
Ta certo, não vou dizer que religião é de todo ruim, tenho grande estima por aqueles que trabalham com obras sociais – beijos para as freirinhas queridas dos asilos, albergues e orfanatos!
Pois bem:
Ultimamente a redação do Maringay tem recebido inúmeros textos sobre teologia inclusiva, de como é possível ser cristão e gay, releases de livros de espiritualidade para gays, e afins de todo valor e mérito… da mesma maneira eclodem campanhas religiosas anti-homossexuais dia após dia, em uma luta incansável dos “homens de Deus” em incutir nas mentes de seus fiéis quão abomináveis somos por causa de um acontecido numa cidadezinha de nome Sodoma lá por não sei quanto antes de Cristo, e em nós mesmos a idéia de que nossa conduta sexual inata é anti-natural e por isso desprezível – a conduta, veja bem! – , já que eles nos amam (nós, pecadores), porém, odeiam nosso pecado, por isso, devemos ou viver a castidade, ou nos submeter a terapias absurdas reprovadas pela Associação Brasileira de Psicologia, entre outras medidas de castração e deformação da personalidade do tipo – ta lá os vídeos no youtube do Silas Malafaia que não me deixam falar abobrinha sozinho.
Como a formação da maioria dos brasileiros é cristã, tenho grande respeito por estes colaboradores que se empenham em trabalhar esta questão em suas colunas aqui – religião e homossexualidade – claro, tendo em consideração o grande problema que é conciliar uma orientação sexual diversa da dos heterossexuais e a carga tenebrosa do veredicto pré estabelecido de que o mármore dos infernos já é nosso de lambuja, do medo de que nossos pais cristãos nos rejeitem, de que nossos amigos religiosos se afastem… “Acho válido” o empenho deles – grazie mille!
Fico cá pensando enquanto tomo meu café e afago Abigail, minha gatinha branca e de olhos de cor incomum: qual a importância dessa discussão nos dias de hoje – estado laico e liberal… hum? – além do assunto servir de munição para quem quer brincar de fundamentalista numa época em que os grandes ídolos do cristianismo midiático são autuados só de camisa e cueca oferecendo sexo oral como suborno, em que religiosos transferem pedófilos de um país a outro para esconder seus crimes da justiça, e líderes evangélicos são presos em aeroportos transportando malas de dinheiro sem a devida declaração? Ora, alguém precisa servir de saco de pancada, não concordam?
Acho que uma solução legal seria aquela do quadrado, lembram? (ado, ado, ado, cada um no seu quadrado?) Ficamos cá, “pederastas” e “sodomitas” esperando a vaga no reino do Coisa Ruim aparecer, e por aí os maridos infiéis, políticos corruptos que desviam verba e, consequentemente, deixam velhinhos “morrer à mingua” na fila do SUS, sonegadores de imposto (não tem aquela parada de “à César o que é de César?” Então!) ... (continue a ler)