TUCA PUC 1977
EU QUASE QUE NADA SEI. MAS DESCONFIO DE MUITA COISA. GUIMARÃES ROSA.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Simples assim...

Imagem: Vesalius
Que a mídia viva de BOAS notícias é fato. Que os jornalistas abusem dos temas notícias é um saco. A história dos atrasos nos aeroportos é de longa data. Dos desmandos da GOL também. Que quem precisa de viajar de avião hoje em dia, fica metade de seu tempo nos aeroportos quentes, fedidos e fechados.

Ouço na TV, rádio, os jornalistas atacando a Anac. E bons e boas jornalistas. Jornalistas de destaque nacional. Mas, ... mesmo esses jornalistas de destaque fazem feio. Há a ANAC, é verdade. E existe também um país em que só automóveis e aviões têm valor como locomoção. Ninguém pergunta porque só temos aeroportos no Brasil? E aeroportos ruins. Por que só temos carros? Para entender isso, é só passar um dia em um rodoviária esperando o ônibus que sai de Maringá a Londrina. Você chega a sair de Maringá e três horas depois está em Londrina. Ônibus direto, em uma hora e meia? Só as 18 horas. Passagem? Nem sempre consegue. São somente 45 lugares. Já ficou em uma rodoviária 6 horas esperando seu ônibus? Eu gosto porque fico olhando todo mundo, conversando com as pessoas; você se humaniza com tantos humanos vivendo sem humanidade. Já passei uma madrugada na rodoviária de São Paulo. 1982. Peguei o último metro para a rodoviária e perdi o último ônibus para São Carlos, onde morava. Sem vontade de voltar para a casa de um amigo, onde estava hospedada, sem dinheiro para o táxi, fiquei na rodoviária lendo. Eu e mais mil pessoas. As rodoviárias são depósitos de humanos que vão e vem, uns com destino, outros nem tanto.

Nos aeroportos - até a década de 1980 - no Brasil, é claro, o trânsito de avião era chique. Bem diferente do que vi indo para a Costa Rica em 1995. Do Equador ao Panamá, do Panamá à Costa Rica e deste país à Guatemala é uma rodoviária festiva. Loucura. Bonito. Bem diferente do Brasil varonil.

Ah, mas por que estou falando de aeroportos? Os aeroportos são um enrosco ecológico do porte das estradas. Não temos saída fazendo mais aeroportos. As cidades não têm suporte para tantos aeroportos, como não têm para o excesso de carros. Quanto mais aviões, mais atrasos, mais acidentes e mais cidades comprometidas com barulho. Como vimos recentemente na Europa: bastou um vulcãozinho entrar em atividade, a Europa não andou de avião. Simples assim.

Para dar vazão à indústria de carros e caminhões o Brasil destruiu seus trens. Toda rede ferroviária foi para as cucuias. Aí, meus caros jornalistas, discutir com a Anac é só abordar uma parte dos problemas. A incompetência e a cegueira ambiental vêm de longe.

Resta dizer que a GOL fez um fiasco. Deixou claro que se mantém no mercado graças ao sangramento de seus empregados. É disso que é feita a sociedade nossa: lucro com menos empregados e mais serviços e destruição de forças tecnólogicas como os trens para dar vazão à locomoçao individual. Simples assim.

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