TUCA PUC 1977
EU QUASE QUE NADA SEI. MAS DESCONFIO DE MUITA COISA. GUIMARÃES ROSA.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Desesperar é preciso!

Do Blog A terceira noite
Sublinho Santiago López-Petit, em A Mobilização Global, enquanto penso nesta cultura do um contra o outro apresentada como único cenário do futuro sem esperança em nome do qual tudo nos é pedido.

«Estamos sós face ao mundo. Ou, o que é o mesmo, interiorizámos aquilo que os nossos governantes nos repetem incessantemente: ‘a vossa situação depende apenas de vós mesmos’. E acreditamos que é assim. Temos nós próprios que sair do atoleiro, o que dito pelas palavras próprias da cultura empresarial significa que temos de nos avaliar continuamente. Contra nós mesmos, contra os trabalhadores dos outros países que se esfalfam por conseguir a mesma produção cobrando menos. Incerteza que gera insegurança, insegurança que produz medo. Medo do outro que é como eu. Medo do outro, que é estrangeiro, porque não é como eu. (…) O [novo] estado de natureza alastra como um mar enfurecido até cobrir-nos por completo.»

E mastigo a certeza de que a esperança apenas pode nascer do desespero.
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Comentário: Concordo. Concordo. Concordo.
Uma amiga disse-me: "bem-feito, Marta, quem tem um diário (blogue) recebe mensagens idiotas". Mas, minha cara C. não me importo. Elas são um medidor da capacidade de revidar a idiotice com humor. Você bem sabe que eu acredito que "só o humor salva".
E me divirto. Vejo que post desesperados, chateados, puteados meus emergem de minhas crenças. você tem medo do desespero? Eu não tenho mais. Você tem medo de falar sózinha? Já não tenho mais. Eu sou tão feliz assim.
Veja, ontem eu fui à uma pró-reitoria de minha Universidade. Não fui falar com nenhuma autoridade. Só fui assinar um documento simples. As "otoridades" fizeram de conta que não me viram. Não querem conversar comigo sobre determinado assunto. Nem eu quero mais. Não me interessa aquelas pessoas "certinhas", cheias de saberes que, talvez cheguem em casa, fiquem falando com a televisão, comem macarrão, bebem um cervejão. Vão aos mesmos clubes, participam da mesma família. Eu chego em casa só. Cavo uma bebida de couve com maça, misturo com pó de desespero, uma pitada de esperança, bastante gramas de humor. Continuo vivendo bem. Eu gosto.

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