Acabei de traduzir para o português a matéria que segue e que está no portal do jornal espanhol El País. Trata-se de uma tradução ligeira e que pode conter algumas impropriedades, razão pela qual dou o link da matéria. Faz tempo que não traduzo mais nada do espanhol. Entretanto, a matéria é didática e ajuda a entender o que está sacudindo a outrora maré mansa da economia global. Quem for bom conhecedor do espanhol pode ajudar a aperfeiçoar a tradução deixando seus comentários. Vale a pena ler:
Não é fácil compreender como uma pequena crise hipotecária nos Estados Unidos, ao menos pelo volume de fundos, possa causar a queda mundial das bolsas e o pânico generalizado entre entidades financeiras e investidores. O certo é que a quebra de alguns bancos cujo principal negócio é outorgar créditos aos clientes com menos garantias tem desatado uma tormenta financeira e obrigado aos três grandes bancos centrais a intervir.
Estas são algumas chaves para entender o que aconteceu:
Que são créditos subprime? São empréstimos que se concedem a pessoas que não comprovam suficientemente suas rendas, não dispõem de bens que garantam a devolução ou tem, em geral, um histórico de crédito baixo. Para compensar este alto risco, os tipos de juros são muito mais elevados que num empréstimo normal e se lhes aplicam encargos e comissões extras. Em sua forma mais simples, são créditos rápidos por pequenas quantidades para pessoas com baixa renda. Mas também há hipotecas subprime para proprietários de uma casa sem garantias ou que se re-hipotecam tendo com única garantia a expectativa de valorização de seu imóvel.
Há hipotecas subprime na Espanha? Não, estritamente falando. Todas as entidades exigem certas garantias mínimas para conceder créditos hipotecários. Entretanto, o boom imobiliário e os baixos tipos de adquirentes tem feito com que se rebaixem essas condições. O Banco de Espanha considera que 1,27 % do total de créditos hipotecários estão outorgados a pessoas com duvidosa garantia creditícia.
Qual tem sido o fator que desencadeia a crise nos EUA e na Grã Bretanha? Os créditos subprime tem um maior risco mas o nível de inadimplentes até 2005 era relativamente baixo. Entretanto, a forte competição que se desatou entre as entidades dedicadas a este negócio, às que se uniram outros grandes bancos com o HSBC, fez com que se rebaixassem as condições de concessão. Em particular, se reduziram as taxas que se cobravam nos dois ou três primeiros anos para torná-las mais atrativas. O boom chegou a teto em 2005, quando o volume de hipotecas de alto risco alcançou os 600.000 milhões de euros, aproximadamente 10% do mercado hipotecário norte-americano.
Então, a coincidência da elevação dos juros e o estancamento do mercado imobiliário nos Estados Unidos provocou um considerável aumento dos inadimplentes. Os embargos cresceram ao redor de 58% no primeiro semestre e as pessoas estão encalacradas no negócio porque ninguém compra a sua casa devido à crise. (Foto: El País).
Continua no blog de Aluizio Amorim
Um comentário:
Marta: fico grato ela citação do meu post. Como explico no texto, trata-se de uma tradução ligeira, feita no calor da notícia. Em todo caso tem um viés didático e isto facilita o entendimento.
Posteriormente, postei também alguns comentários do Paulo Castellari Filho, de São Paulo, que é expert em bolsa e mercado. Ele passou a ser colaborador eventual do blog.
Grande abraço do
Aluízio Amorim
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