Novo processo contra Renan terá dois relatórios
Oposição fará texto para se contrapor ao de Almeida Lima
Em reação à escolha de Almeida Lima (PMDB-SE) para desempenhar o papel de pizzaiolo de Renan Calheiros (PMDB-AL) no Conselho de Ética, a oposição já decidiu: fará um relatório alternativo ao texto do aliado do presidente do Senado.
Antes mesmo de ser escolhido pelo presidente do conselho, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), outro aliado de Renan, Almeida Lima já havia declarado que não vê nas representações em que atuará como relator elementos para condenar o amigo. Diante da absolvição prévia, PSDB e DEM decidiram quebrar lanças pelo aprofundamento das investigações.
Ao final, tucanos e ‘demos’ se associarão num relatório alternativo ao de Almeida Lima, chamado tecnicamente de “voto em separado”. Caberá aos 15 integrantes do conselho decidir, no voto, qual dos dois textos deve prevalecer. Se vingar o da oposição, Renan será submetido a novo julgamento no plenário do Senado.
Nesta terça-feira, depois de uma paralisia de um mês, o Conselho de Ética volta a se reunir. Será às 10h. Durante a sessão, os aliados de Renan e a oposição medirão forças pela primeira vez desde a aprovação do primeiro pedido de cassação do mandato do presidente da Casa, arquivado posteriormente pelo plenário.
Quintanilha decidiu unificar os dois processos que ainda estavam sem relator. No primeiro, protocolado por PSDB e DEM, Renan é acusado de adquirir empresas de comunicação em Alagoas por meio de laranjas, com dinheiro de má origem. No segundo, assinado pelo PSOL, pede-se a apuração do suposto envolvimento do senador num esquema de coleta de propinas em ministérios geridos pelo PMDB.
Embora um processo não tenha nada a ver com o outro, Quintanilha decidiu unificá-los. Confiou ambos a Almeida Lima. O DEM vai se insurgir contra a providência. Exigirá de Quintanilha que submeta a decisão à deliberação do plenário. Feita a votação, o país ficará sabendo se a correlação de forças no conselho ainda é adversa a Renan.
Uma segunda requisição pode levar o plenário do conselho a manifestar-se uma vez mais. Além dos dois processos confiados a Almeida Lima, há um terceiro. Trata da acusação de que Renan teria feito lobby junto ao governo em favor da Schincariol, devedora do fisco e do INSS.
O relator, neste caso, é o senador João Pedro (PT-AM). Ele já informou que recomendará ao conselho que o processo seja acomodado no freezer. Deseja sobrestar o julgamento do caso até que a Câmara decida o que fazer com o deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL). O irmão de Renan é acusado de ter vendido à cervejaria, a preços bem acima dos de mercado, uma fábrica de refrigerantes em Alagoas.
Se João Pedro mantiver de pé a tese do congelamento do caso, a tropa de Renan requisitará de Quintanilha que ponha em votação uma proposta diferente: o arquivamento imediato da representação, de autoria do PSOL.
A indicação de Almeida Lima para relator e a junção de dois processos num só voltou a exacerbar os ânimos no Senado. “É uma insensatez, uma provocação ao conselho de Ética, ao Senado e à opinião pública”, disse ao blog José Agripino Maia (RN), líder do DEM. “Essa atitude irracional do Leomar Quintanilha servirá apenas para aumentar a temperatura entre os partidos. E levará o Conselho de Ética a reagir em legítima defesa”.
Quanto à escolha do relator, Agripino diz que a prerrogativa é de Quintanilha. “Ele pode indicar quem ele quiser, até a Maria Mula Manca. Vamos fazer o nosso voto em separado”. Sobre a junção dos processos, o líder do DEM diz que a decisão cabe ao conselho, não ao presidente. “Vamos requerer que seja levado a voto”.
Escrito por Josias de Souza
Oposição fará texto para se contrapor ao de Almeida Lima
Em reação à escolha de Almeida Lima (PMDB-SE) para desempenhar o papel de pizzaiolo de Renan Calheiros (PMDB-AL) no Conselho de Ética, a oposição já decidiu: fará um relatório alternativo ao texto do aliado do presidente do Senado.
Antes mesmo de ser escolhido pelo presidente do conselho, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), outro aliado de Renan, Almeida Lima já havia declarado que não vê nas representações em que atuará como relator elementos para condenar o amigo. Diante da absolvição prévia, PSDB e DEM decidiram quebrar lanças pelo aprofundamento das investigações.
Ao final, tucanos e ‘demos’ se associarão num relatório alternativo ao de Almeida Lima, chamado tecnicamente de “voto em separado”. Caberá aos 15 integrantes do conselho decidir, no voto, qual dos dois textos deve prevalecer. Se vingar o da oposição, Renan será submetido a novo julgamento no plenário do Senado.
Nesta terça-feira, depois de uma paralisia de um mês, o Conselho de Ética volta a se reunir. Será às 10h. Durante a sessão, os aliados de Renan e a oposição medirão forças pela primeira vez desde a aprovação do primeiro pedido de cassação do mandato do presidente da Casa, arquivado posteriormente pelo plenário.
Quintanilha decidiu unificar os dois processos que ainda estavam sem relator. No primeiro, protocolado por PSDB e DEM, Renan é acusado de adquirir empresas de comunicação em Alagoas por meio de laranjas, com dinheiro de má origem. No segundo, assinado pelo PSOL, pede-se a apuração do suposto envolvimento do senador num esquema de coleta de propinas em ministérios geridos pelo PMDB.
Embora um processo não tenha nada a ver com o outro, Quintanilha decidiu unificá-los. Confiou ambos a Almeida Lima. O DEM vai se insurgir contra a providência. Exigirá de Quintanilha que submeta a decisão à deliberação do plenário. Feita a votação, o país ficará sabendo se a correlação de forças no conselho ainda é adversa a Renan.
Uma segunda requisição pode levar o plenário do conselho a manifestar-se uma vez mais. Além dos dois processos confiados a Almeida Lima, há um terceiro. Trata da acusação de que Renan teria feito lobby junto ao governo em favor da Schincariol, devedora do fisco e do INSS.
O relator, neste caso, é o senador João Pedro (PT-AM). Ele já informou que recomendará ao conselho que o processo seja acomodado no freezer. Deseja sobrestar o julgamento do caso até que a Câmara decida o que fazer com o deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL). O irmão de Renan é acusado de ter vendido à cervejaria, a preços bem acima dos de mercado, uma fábrica de refrigerantes em Alagoas.
Se João Pedro mantiver de pé a tese do congelamento do caso, a tropa de Renan requisitará de Quintanilha que ponha em votação uma proposta diferente: o arquivamento imediato da representação, de autoria do PSOL.
A indicação de Almeida Lima para relator e a junção de dois processos num só voltou a exacerbar os ânimos no Senado. “É uma insensatez, uma provocação ao conselho de Ética, ao Senado e à opinião pública”, disse ao blog José Agripino Maia (RN), líder do DEM. “Essa atitude irracional do Leomar Quintanilha servirá apenas para aumentar a temperatura entre os partidos. E levará o Conselho de Ética a reagir em legítima defesa”.
Quanto à escolha do relator, Agripino diz que a prerrogativa é de Quintanilha. “Ele pode indicar quem ele quiser, até a Maria Mula Manca. Vamos fazer o nosso voto em separado”. Sobre a junção dos processos, o líder do DEM diz que a decisão cabe ao conselho, não ao presidente. “Vamos requerer que seja levado a voto”.
Escrito por Josias de Souza
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Comentário: a coisa vai tão longe, tão longe ... que qualquer dia desse os senATORES ficarão com cabeças de bois. Asiim, o Renan pode contar suas cabeças com mais facilidade....
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