TUCA PUC 1977
EU QUASE QUE NADA SEI. MAS DESCONFIO DE MUITA COISA. GUIMARÃES ROSA.

sábado, 18 de outubro de 2008

Polêmica...


Da Mary, blog A feminista....
Eu acho que todo mundo paga um preço alto demais pra viver em sociedade. E que a gente decide o que vai tolerar e o quanto vai tolerar. Advogados têm uma dificuldade imensa de entender isso. Não os culpo, é cacoete da profissão. Eles não entendem que leis não têm vida própria. As pessoas as criam de acordo com o contrato estabelecido. Do que vai ser ou não tolerado. brasileiro caga e anda pra opiniO Código Penal ão da sociedade brasileira a respeito do tolerável. E das punições pros criminosos. Daí que tortura em delegacia e milícias justiceiras são completamente legítimas. No sentido de que uma boa parte das pessoas só consegue enxergar a verdadeira Justiça nelas. Advogados não entendem isso. E aí é foda porque eles que tem controle técnico sobre mudanças que poderiam vir a ocorrer etc. Então todos nós brasileiros vemos. Que direitos humanos só funcionam pra bandidos. Que a vida da vítima vale menos que o bem-estar do agressor. E assim por diante. Quem, no Brasil, não flerta com o facismo quando pensa em punição é porque não tem coração.
O médico assassino que matou minha aluna com 9 tiros já está solto, acho que nao cheguei a mencionar. Para se ter justiça, acho que alguém terá que matá-lo. Porque o sistema judiciário é incapaz de fazer algo parecido com justiça. Não dá conta, não consegue. Meu pai, que é meu maior modelo de advogado, era a favor de quase tudo quanto é recurso. E dessa história de réu primário e residência fixa. Refém da ditadura, coitado do meu pai. Ele pensava sempre como se estivéssemos sob o autoritarismo. E daí queria que as leis garantissem o máximo de direitos possíveis, como se todo preso fosse político. Já cheguei a desrespeitá-lo muito discutindo isso. Você é muito burro, pai. Eu já cheguei a falar isso pra ele. O caso é que. Esse Lindemberg tinha que ficar preso para sempre. Ficará alguns meses. Eu quero ele preso para sempre. Todo brasileiro quer isso. E não vai rolar. Então legitimamos as porradas que ele deve estar tomando na cadeia. Não me parece um bom caminho. Torcer pra ele apanhar bastante e ser estuprado por colegas de cela. Lévi-Strauss escreveu um texto bastante bom sobre punição para crimes em diversas sociedade. Esqueci totalmente o nome. Acho que está em Antropologia Estrutural II. Mas não tenho certeza também. Em alguns lugares, quando o crime é intolerável, a pessoa é expulsa da tribo. Não há violência física. Forma-se uma roda e ela é acompanhada até o limite da aldeia. E vai embora. Nunca mais pode voltar. Está na hora de estabelecermos. O que alguém no Brasil não pode fazer? E se fizer não poderá nunca mais voltar? Eu tenho sugestões.
1) Matar a esposa com 9 tiros.
2) Sequestrar menina de 15 anos e matá-la com um tiro na cabeça.
E de ciência de todos. Nossa tribo não tolera. Não faça. Aqui nós não sabemos. Qual é a pena pras coisas. Nem advogado sabe. Quanto tempo de cadeia um assaltante ou assassino vai "pegar". Não se trata de discutir sistema carcerário. Não se trata de discutir nada desses problemas tantos. Apenas se estabelecer o intolerável. Não é pra melhorar nada isso. É só para que nós, brasileiros, voltemos a ter qualquer sentimento do que é Justiça. Nós não sabemos mais. Perdemos contato.
Um plebiscito hoje sobre pena de morte passa com 80% de aprovação. Tenho certeza. É tão perigoso isso tudo etc etc.
Quanto à romantização do caso. Eu tinha até escrito um quase post sobre e não publiquei. E ficou datado. Mas a minha sensação desde o começo é aquela. Por que não atiram no cara com aquela arma de laser vermelho no meio da testa? Que a gente vê em filme. Daí o policial vem dizer que não atirou porque era um caso de amor. Eu não posso culpá-lo. Já perdi a conta de quantos textos li na minha vida falando sobre esse aspecto da cultura brasileira. De novelização da realidade. E você pode complementar dizendo que se tivesse atirado, uma hora dessa tava sendo execrado. Eu não digo nada. Aprendi quase que por condicionamento. SE não existe. Minha professora de história da faculdade, mulher que eu mais admirei nessa minha vida, dizia sem parar isso. Não trabalhem com "se", meninos e meninas.
Esse é o post mais repetido da minha vida. Já perdi a conta de quantas vezes escrevi isso nesse blog.

Um comentário:

Beth/Lilás disse...

Também acho tudo isso.
Mas e porquê ao invés de se, como por exemplo: não atiram porquê este é um país cristão, baseado em conceitos religiosos católicos predominantemente. Quer dizer: tudo ao pobre e coitado porquê eles herdarão o reino dos céus e você, eu e outros mais somente este reino aqui, cheio de imperfeições.

Deixo o texto deste professor gaucho que li e também achei ótimo:

http://professorpizarro.blogspot.com/

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