Fotografia de Jennifer Zdon na primeira página do The New York Times de 17/7/2010. Trata-se de uma reunião de alguns moradores da cidade de Lafitte, na Louisiania, com o representante da empresa britânica British Petroleum, sobre as indenizações que a empresa pagará pelos danos causados à vida delas devido à explosão da plataforma de extração de petróleo “Deepwater Horizon”, ocorrida há 90 dias no Golfo do México e que causou a morte de 11 trabalhadores e o vazamento de mais de 148 milhões de litros de petróleo no mar.
Fodidos. Entre o Estado gastador, voraz, gigante descontrolado, bêbado de tanto arrecadar, e a iniciativa privada, a Empresa titânica, exploradora de toda a força e vida, vampira louca, assassina, sedenta do gozo máximo do lucro sem perda, sem custo, sem risco, eis aí o resto dos fodidos, dos que não encaixam na equação, dos sem-nomes, crowds crows, corvos, não-gente, cidadãos de araque, eleitores de nada, sem salário nem sinecuras nem quotas de ações, os de fora da festa, telespectadores do gozo, da fama, da glória alheias. Sobrou, sobraram. Mas, esses fodidos não são todos iguais. Há os fodidos bem sentados, ordenados, enfileirados, há esse fodido no chão, literalmente só, a própria imagem do desamparo, e há os fodidos em pé. Quiçá alguns desses consigam andar por aí, inventar novos horizons, navegar entre essa Cila devoradora e esse Caribde fanático sem naufragar, fazer um nome. Quiçá.
Fodidos. Entre o Estado gastador, voraz, gigante descontrolado, bêbado de tanto arrecadar, e a iniciativa privada, a Empresa titânica, exploradora de toda a força e vida, vampira louca, assassina, sedenta do gozo máximo do lucro sem perda, sem custo, sem risco, eis aí o resto dos fodidos, dos que não encaixam na equação, dos sem-nomes, crowds crows, corvos, não-gente, cidadãos de araque, eleitores de nada, sem salário nem sinecuras nem quotas de ações, os de fora da festa, telespectadores do gozo, da fama, da glória alheias. Sobrou, sobraram. Mas, esses fodidos não são todos iguais. Há os fodidos bem sentados, ordenados, enfileirados, há esse fodido no chão, literalmente só, a própria imagem do desamparo, e há os fodidos em pé. Quiçá alguns desses consigam andar por aí, inventar novos horizons, navegar entre essa Cila devoradora e esse Caribde fanático sem naufragar, fazer um nome. Quiçá.
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