TUCA PUC 1977
EU QUASE QUE NADA SEI. MAS DESCONFIO DE MUITA COISA. GUIMARÃES ROSA.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

O sofware dos intelectuais

Imagem: Guto Cassiano
São Paulo, quinta-feira, 05 de agosto de 2010

Há menos liberdade intelectual na ciência atual, diz médico
Para Harald zur Hausen, Nobel de Medicina, antes era mais fácil pensar fora da caixa

RICARDO MIOTO
DE SÃO PAULO

O alemão Harald zur Hausen, 74, diz, com seu tom de voz sempre baixo, que, apesar da internet, é mais difícil para um cientista jovem fazer um bom trabalho hoje.

"Há enorme pressão para publicar [artigos científicos] rápido. É contraprodutivo. Precisamos dar aos cientistas jovens um período de mais liberdade, estimular alguma independência intelectual, para que desenvolvam ideias por eles mesmos."

Com essa pressão, a tendência é fazer o que todos já estão fazendo -é mais garantido do que apostar alto.


Hausen, que esteve em São Paulo para um encontro organizado pelo Hospital A.C. Camargo, fala por experiência própria. Quando todos achavam que o câncer no colo de útero era causado pelo vírus da herpes, ele apostou no HPV. Fracassou por cinco anos, até que, em 1983, mostrou que estava certo.

Ganhou o Nobel em 2008. Quando sua neta de três anos soube, começou a chorar. Ninguém entendeu, e ela explicou, inconsolável: "Também quero um Nobel."

Se a garota quiser levar o projeto adiante, Hausen tem um conselho. "É sempre bom passar pelo menos dois anos fora do seu país de origem", diz. "Justamente para adquirir novas ideias, novas maneiras de pensar, e também um estilo de vida diferente."


Foi o que ele fez na década de 1960, quando morou nos EUA. A Alemanha, diz, tinha sofrido com a saída de bons cientistas durante o nazismo -"e leva muito tempo para um país se recuperar disso".

"Nos EUA, você discutia suas ideias, ainda que fossem loucas, com muita gente boa. Satisfação que eu não tinha, antes, na Alemanha."

Se jovem hoje, se empolgaria com áreas em ascensão como os mecanismos moleculares do envelhecimento ou células-tronco -boas para candidatos a Nobel, diz.


Sobre a terapia genética (a inserção de genes, às vezes utilizando um vírus, nas células de alguém para tratar uma doença), diz que "é um conceito promissor, mas até agora o seu sucesso foi extremamente limitado".

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COMENTÁRIO: Estamos formando gerações de intelectuais medíocres. Formar um mestre em dois anos, sem inseri-lo no debate, sem saber a língua portuguesa, sem saber, pelo menos, uma língua estrangeira... botar todos os alunos na esteira da produção, escrever as dissertações e teses para eles.... e aliar-se ao software da Thompson ... é uma promessa de encurtamento das utopias e de nosso futuro.

Estou fazendo uma pesquisa. Peguei as revistas com Qualis A. Estou lendo livros de mestres e seus orientadores. Estou encontrando erros teRríveis. Publicarei aqui no Blog, é claro.
Há um belo trabalho da Professora Alda Judith Alves- Mazzotti, Meus tipos inesquecíveis. Ela analisou teses e dissertações da área de Educação sobre os estilos de escrita. VALE A PENA LER. E RIR, PARA NÃO CHORAR.

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