Essa semana que acabou (Ufa!) foi muito dura. Muito traballho, dentre eles banca de monografia em uma faculdade privada. Meus ex-alunos da Universidade Estadual de Maringá convidam-me para bancas de seus alunos, palestras ou coisas afins. No início deste ano, 2007, fui dar uma palestra para uma semana pedagógica. Soube que uma ex-aluna, a Jo, havia sido demitida. Doutora, dava aula em uma faculdade da região de Maringá. Os patrões (fazendeiros) diminuiram 25% do salário dos professores doutores. A Jo não concordou, brigou e foi demitida. Na faculdade em que fui participar de uma banca, eu VI e OUVI um professor da área de Letras ser demitido porque reprovou 4 alunos de uma turma e 6 de outra. A faculdade não pode reprovar!
Para dar aulas em algumas faculdades privadas nós temos que ter as seguintes competências:
a) não ser doutor;
b) não fazer doutorado (uma ex-aluna está com medo de fazer doutorado e ser demitida);
c) não reprovar alunos;
d) não fazer mais do que manda o patrão (eventos, buscar bolsas, pesquisas, publicar...);
e) não piar mais do que deve;
f) ser religioso;
g) não ser gay....
h) ser puxa-saco (nem por isso terá garantia de ficar empregado muitos anos).
UAuuuu!
2 comentários:
Uma seqüência alfabética é muito pouco para determinar as competências do professor nas Faculdades, Centros Universitários e Universidades Privadas. Algumas instituições parecem um grande mercado de consumo – tem algumas que vende até a parede do fundo com propagandas para ganhar uma grana do patrocinador com a autorização e a legitimidade dos coordenadores mercenários (verdadeiros catequistas do mercado e reprodutores dessa nova ordem do Capital) que produzem o discurso da nova gestão ou do choque de gestão (professor que pensa e questiona e age com transparência e competência vai para na rua e os reprodutores da nova ordem permanecem).
Sem falar dos alunos que fazem avaliações do professores – Avaliação Institucional do Professor – Instrumento de poder e manipulação (nas mãos do coordenador que não foi com a sua cara) que deixa o professor refém dos seus alunos e alunas. Imagine o professor que ser amiguinho do aluno ou aluna pra ser bem avaliado e não ser execrado pelo corpo discente ao falar aquilo que o aluno quer ouvir e não pensar.
Conhecimento = zero, pesquisa = zero, estudo = zero – ao mito do país do futuro = zero.
Daner Hornich
ao final o professor não foi demitido... mas não muda nada
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